A crise que sufoca Minas Gerais: o avanço invisível das doenças respiratórias
Estado enfrenta surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave com 646 mortes; crianças e idosos são os mais afetados
-
Minas Gerais enfrenta uma crise silenciosa, mas devastadora: a escalada de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Com quase 13 mil internações e mais de 600 mortes registradas até maio, o estado decretou emergência em saúde pública. Crianças menores de um ano e idosos acima de 60 anos são os mais vulneráveis. Além das medidas emergenciais, especialistas alertam para a importância da prevenção, qualidade do ar, condições de moradia e acesso a serviços de saúde como fatores cruciais no combate à doença.
📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

O avanço da SRAG em Minas Gerais
Desde o início do ano, Minas Gerais contabilizou 12.654 internações por SRAG. As mortes de hospitalizados já somam 646.
Diante desse cenário, o governo estadual decretou situação de emergência em saúde pública em maio e ativou o Centro de Operações de Emergência em Saúde por SRAG (COE-Minas-SRAG) para coordenar ações de enfrentamento.
Quem são os mais afetados?
A SRAG atinge principalmente crianças menores de um ano e idosos acima de 60 anos. No Sul de Minas, por exemplo, 66,2% das internações são de idosos, enquanto crianças representam quase 20% dos casos.
Leia Mais
O que é a SRAG?
A Síndrome Respiratória Aguda Grave é uma condição clínica caracterizada por sintomas respiratórios intensos e sinais de agravamento da função pulmonar, que geralmente exigem internação hospitalar e cuidados médicos urgentes.
De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais, considera-se um caso suspeito de SRAG quando o paciente apresenta pelo menos dois dos seguintes sintomas:
-
Febre de início súbito (com ou sem medição pelo termômetro)
-
Calafrios
-
Dor de cabeça
-
Tosse
-
Coriza (nariz escorrendo)
-
Dor de garganta
-
Perda de olfato ou paladar
E um ou mais dos seguintes sinais de gravidade:
-
Dificuldade ou desconforto para respirar
-
Sensação de peso ou pressão no peito
-
Saturação de oxigênio inferior a 95%
-
Cianose (coloração azulada nos lábios ou rosto)
Em crianças, sintomas adicionais podem incluir:
-
Falta de ar
-
Desidratação
-
Recusa alimentar ou menor apetite
Ao apresentar esses sintomas, é fundamental buscar atendimento médico imediato, pois geralmente são necessários cuidados intensivos, como internação e isolamento.
Fatores que agravam a situação
Especialistas apontam que a baixa cobertura vacinal contribui para o agravamento da crise. Em Minas Gerais, a vacinação contra a Influenza está em 24%, muito abaixo da meta de 95%.
Além disso, a qualidade do ar, especialmente em áreas urbanas e industriais, e as condições de moradia precárias, com ambientes mal ventilados e úmidos, favorecem a propagação de vírus respiratórios. O acesso limitado a serviços de saúde em regiões remotas também dificulta o diagnóstico e tratamento precoces.
O que pode ser feito?
Para conter a propagação da SRAG, é essencial:
-
Aumentar a cobertura vacinal contra Influenza e outras doenças respiratórias;
-
Melhorar a qualidade do ar e as condições de moradia;
-
Ampliar o acesso a serviços de saúde, especialmente em áreas vulneráveis;
-
Promover campanhas de conscientização sobre os sintomas e a importância do atendimento médico precoce.