Vice-prefeito de Uberlândia segue em Israel em meio à guerra e relata rotina sob tensão: “Quase três horas no bunker”
Vanderlei Pelizer e toda comitiva permanecem em missão internacional; prefeita de Ituiutaba diz que desistiu de acompanhá-los após adoecer
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O vice-prefeito de Uberlândia, Vanderlei Pelizer (PL), segue em missão oficial em Israel e atualizou neste sábado (14) a situação vivida no país em meio ao avanço do conflito com o Irã. Em novo relato enviado ao Paranaíba Mais, ele revelou que o espaço aéreo permanece fechado há três dias e que precisou permanecer por quase três horas dentro de um bunker após a intensificação dos ataques com mísseis na madrugada deste sábado (14).
Segundo Pelizer, o grupo de autoridades brasileiras que participa da missão está abrigado no Instituto de Liderança Internacional, em Kfar Saba, considerado uma zona segura. Apesar disso, o risco de novos ataques exige atenção constante. “Ontem ficamos quase duas horas dentro do bunker porque o ataque foi muito intenso por parte do Irã. O sistema de defesa funcionou bem, mas houve baixas. A orientação é sempre estar perto de um abrigo, em qualquer deslocamento”, relatou.

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O vice-prefeito explicou ainda que a reunião mais recente com o Ministério das Relações Exteriores brasileiro e uma entidade internacional abordou os desdobramentos da guerra e reforçou a importância de seguir os protocolos de segurança israelenses. Ele comentou que, caso novos disparos sejam realizados, o tempo de permanência no abrigo pode passar de três horas. “Tudo que se faz aqui precisa ser pensado com estratégia. Em tempos de guerra, isso se torna ainda mais essencial”, afirmou.
Apesar da tensão, Pelizer destacou que as atividades do programa seguem em andamento, mesmo com restrições. Visitas previstas a outras regiões, como Jerusalém, foram canceladas por questões de segurança.
O retorno dele ao Brasil ainda é incerto, uma vez que não há previsão de reabertura do espaço aéreo israelense. “Minha volta está prevista para o dia 20, mas dependemos da situação do aeroporto ou da viabilização de outra rota segura”, disse.
O prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil), que também integra a comitiva brasileira em missão oficial no país, relatou ter sido novamente surpreendido pelas sirenes de alerta de bombardeio na madrugada deste sábado (14). Em suas redes sociais, ele descreveu a tensão do momento e reforçou que todos os participantes do grupo seguem em segurança, apesar da escalada dos ataques. Álvaro está em Israel desde o último domingo (8) e, assim como os demais representantes, cumpre agenda institucional sob forte esquema de proteção. Veja o vídeo:
Prefeita de Ituiutaba revela que quase viajou para Israel, mas desistiu após ficar doente
Nas redes sociais, a prefeita de Ituiutaba, Leandra Guedes (PSB), compartilhou que também havia sido selecionada para participar da missão internacional em Israel, mas acabou desistindo da viagem poucos dias antes do embarque.
Leandra contou que teve um quadro de saúde que indicava pneumonia e, por isso, não pôde seguir viagem. “Recebi a notícia com alegria, pois nossa cidade foi escolhida entre milhares para participar. Mas, após orar, adoeci. Hoje, vendo tudo que está acontecendo, compreendo que aquele ‘não’ foi cuidado de Deus”, afirmou.
A gestora afirmou ainda que tem acompanhado os relatos dos colegas que estão em Israel e reforçou sua preocupação com o cenário de guerra. “Que Ele cuide de todos nesse conflito, permita o retorno seguro dos nossos amigos e que a paz reine no mundo”, escreveu.
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Contexto internacional
A tensão entre Irã e Israel chegou ao ápice com a troca de ataques aéreos nos últimos dias. O Irã lançou mais de 200 mísseis em direção ao território israelense em retaliação a uma ofensiva anterior que matou líderes militares iranianos e dois cientistas nucleares.
Em resposta, o sistema de defesa Iron Dome conseguiu interceptar a maioria dos projéteis, mas o governo de Israel declarou estado de emergência e suspendeu as atividades em aeroportos, incluindo o de Tel Aviv.
No Brasil, o Ministério das Relações Exteriores condenou os ataques israelenses, classificando-os como violação à soberania do Irã, e pediu contenção de ambas as partes envolvidas.