Trump revoga acordo de Paris e perdoa invasores do Capitólio em série de ordens executivas
Retorno à Casa Branca é marcado por decisões que dividem a opinião pública, com foco em políticas energéticas e de imigração
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No primeiro dia de seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, Donald Trump assinou nesta segunda-feira (20) uma série de ordens executivas, incluindo o perdão a 1.500 indivíduos envolvidos no ataque ao Capitólio em 6 de janeiro de 2021.
As medidas seguem uma continuação da postura política de defesa de aliados e simpatizantes, mesmo após o evento que resultou em várias prisões e investigações sobre a tentativa de insurreição.
Além do perdão a envolvidos no ataque ao Capitólio, Trump também formalizou a saída dos EUA do Acordo de Paris, pela segunda vez, reafirmando sua postura em relação ao meio ambiente e à política climática internacional.
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Crédito: Jim Watson/ AFP
Entre as demais ordens executivas assinadas pelo novo presidente estão:
- Classificar os cartéis como “organizações terroristas estrangeiras”, com Trump observando que o México provavelmente não ficará contente com a decisão;
 - Postergar por 75 dias a implementação da lei que proíbe o TikTok no país;
 - Declarar uma emergência nacional na fronteira entre os EUA e o México;
 - Retirar os EUA da Organização Mundial da Saúde;
 - Alterar as regras de cidadania, buscando revogar o direito de cidadania para filhos de não cidadãos;
 - Determinar que os funcionários federais voltem ao trabalho presencial a tempo integral;
 - Declarar uma emergência energética nacional, permitindo a expansão da extração de recursos, com destaque para perfurações no Alasca;
 - Suspender a contratação de novos funcionários federais, com algumas exceções para determinados departamentos e agências.
 
As ações marcam o início de um mandato controverso, com foco em políticas que atendem à sua base de apoio, mas que geram críticas em relação à estabilidade democrática e aos compromissos ambientais globais.
Essas primeiras ordens executivas foram acompanhadas de perto, com analistas políticos apontando que Trump busca consolidar ainda mais seu poder e sua base conservadora ao adotar medidas polarizadoras logo no início de seu novo mandato.
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Ataque ao Capitólio dos Estados Unidos
Em 6 de janeiro de 2021, milhares de partidários do então presidente Donald Trump invadiram o Capitólio dos Estados Unidos, em Washington, D.C., durante a sessão do Congresso que certificava a vitória de Joe Biden nas eleições presidenciais de 2020. A confusão resultou na morte de quatro pessoas.
O ataque foi incitado por Trump, que havia alegado, sem evidências, que a eleição foi fraudada, e pediu a seus apoiadores que impedissem a ratificação da vitória de Biden.

O episódio começou após um comício de Trump, onde ele exortou seus apoiadores a marcharem até o Capitólio. Logo após o discurso, a multidão, composta em grande parte por extremistas e grupos como os Proud Boys e o QAnon, invadiu o edifício, superando as barreiras de segurança.
Durante o ataque, manifestantes vandalizaram escritórios, agrediram policiais e forçaram a evacuação dos legisladores. Quatro manifestantes e um policial morreram, e dezenas ficaram feridos.
O ataque foi amplamente condenado por políticos de todos os espectros, que acusaram Trump de incitar a violência e desestabilizar a democracia. O evento foi classificado por muitos como uma tentativa de golpe de estado.
No final da noite, o Congresso retomou a contagem dos votos, e Biden foi formalmente confirmado como presidente eleito.
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Acordo de Paris
Em seu primeiro mandato, Trump já havia iniciado o processo de saída do tratado, em 2017, alegando que as metas impostas prejudicavam a economia americana e favoreciam outros países, comprometendo o crescimento dos EUA.
Apesar de o Acordo de Paris ter como objetivo limitar o aquecimento global a menos de 2 °C, a postura de Trump reflete seu apoio a políticas mais flexíveis em relação aos combustíveis fósseis e sua aversão a restrições ambientais.
Quando Joe Biden assumiu a presidência em 2021, ele reingressou no acordo, mas a nova decisão de Trump em 2025 reverte essa mudança. A retirada dos Estados Unidos do acordo tem gerado preocupações entre especialistas e ambientalistas, pois os EUA são uma das maiores economias e emissores de gases de efeito estufa do mundo.
Além de enfraquecer o esforço global para o combate às mudanças climáticas, a medida pode levar outros países a reconsiderarem seu comprometimento com as metas do tratado.
A postura de Trump, que se alinha a interesses dos combustíveis fósseis, também pode impactar diretamente o financiamento e a implementação de políticas climáticas globais.