Trump e Petro fecham acordo para deportação de imigrantes, mas pressão comercial permanece
Conforme a Casa Branca, sanções permanecerão até que o primeiro voo com os deportados chegue à Colômbia e que Petro cumpra o compromisso assumido
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Após a tensão diplomática, os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Colômbia, Gustavo Petro, chegaram a um entendimento sobre a deportação de colombianos que vivem ilegalmente nos EUA neste domingo (26).
Pelo acordo, o governo colombiano se compromete a repatriar seus cidadãos, enquanto os Estados Unidos suspenderão temporariamente as tarifas e sanções financeiras que seriam impostas, conforme o anúncio de Trump.
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A disputa entre os dois países começou quando Petro bloqueou os voos de deportação de imigrantes colombianos, na última sexta-feira (24), ocasionando uma forte reação de Trump, que ameaçou aumentar as tarifas sobre as exportações colombianas em até 50%.
A crise escalou rapidamente, com declarações agressivas nas redes sociais, onde Trump chamou o governo colombiano de “violador das obrigações legais” enquanto Petro se defendeu, acusando os EUA de tratar os imigrantes de forma desumana.
“Os EUA não podem tratar como criminosos os migrantes colombianos. Desautorizo a entrada de aviões norte-americanos com migrantes colombianos em nosso território”, afirmou..

Além das questões econômicas, o acordo inclui uma cláusula que mantém as sanções sobre vistos para autoridades colombianas e inspeções alfandegárias mais rigorosas até que o primeiro voo de deportados chegue à Colômbia. Essa medida foi vista como uma tentativa de pressionar o governo colombiano a cumprir integralmente o acordo.
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A situação também ocorre em meio à repercussão de um caso de deportação de brasileiros dos Estados Unidos, enviados para o Brasil em condições que o Itamaraty classificou como “degradantes”.
O governo brasileiro protestou contra o uso excessivo de algemas durante a deportação, o que gerou uma nova onda de críticas às práticas do governo de Trump em relação aos migrantes. Parecidamente, a Colômbia também solicitou que os deportados sejam tratados de maneira mais digna.
O acordo entre os dois países ainda deixa em aberto questões sobre a implementação das medidas acordadas, com ambas as partes observando de perto o cumprimento dos compromissos assumidos.

Em decorrência das tensões de países latino americanos com os EUA, na próxima quinta-feira (30), a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), realizará uma reunião de emergência.
Além das deportações de imigrantes pelo governo americano, sob a administração de Donald Trump, será um dos principais temas da pauta, que também incluirá questões sobre imigração, meio ambiente e a unidade latino-americana.