Pedido de impeachment: parlamentares da Coreia do Sul pedem a destituição do presidente Yoon

Presidente sofre pressão de vários setores sul-coreanos após declarar lei marcial no país

, em Uberlândia

Após decretar lei marcial na Coreia do Sul, o presidente Yoon Suk Yeol é alvo de um pedido de impeachment protocolado, nesta quarta-feira (4), pela oposição do parlamento sul-coreano.

Yoon enfrentou uma forte pressão para deixar o cargo após o decreto que mobilizou tropas militares para cercar o parlamento. O decreto, no entanto, chegou a ser revogado pouco antes de os parlamentares votarem pela sua anulação. As informações são do portal R7.

Em meio à crise, assessores próximos e secretários do presidente ofereceram uma série de renúncias coletivamente. O gabinete, incluindo o ministro da Defesa, Kim Yong Hyun, também está sob forte pressão para se afastar. Além disso, os parlamentares têm feito apelos diretos para que Yoon abandone o cargo político.

Pedido de impeachment na Coreia do Sul
Pedido de impeachment foi protocolado no parlamento coreano nesta quarta-feira (4)  – Crédito: Presidência da Coreia do Sul

Agora, para que o pedido de impeachment avance, é necessário o apoio de dois terços do parlamento, seguido pela aprovação de ao menos seis juízes do Tribunal Constitucional. A moção, proposta pelo Partido Democrata, principal força de oposição, e mais cinco partidos menores, pode ser votada até o fim desta semana.

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O que levou ao pedido de impeachment?

O pedido de impeachment ocorre após o decreto da lei marcial, que foi justificado por Yoon Suk como medida estratégica para “limpar” o país de aliados da Coreia do Norte. No entanto, ele enfrentou resistência de membros da oposição e do seu próprio gabinete.

A decisão de implementar a lei marcial, considerada extrema, causou surpresa entre a população e foi vista como um risco à estabilidade democrática.

Pedido de impeachment na Coreia do Sul
Maior sindicato sul-coreano está em greve por renúncia do presidente – Crédito: Jung Yeon-Je/ AFP

Além disso, o principal sindicato sul-coreano, a Confederação Coreana de Sindicatos (KCTU), está mobilizado em greve geral por tempo indeterminado até que o presidente renuncie.

Essa foi a primeira vez que o mecanismo chegou a ser utilizado desde a redemocratização do país, no final dos anos 1980. A medida, anteriormente associada a períodos de instabilidade nos anos 1960, reacendeu memórias de regimes autoritários.

Em votação nesta terça (3), todos os 190 deputados rejeitaram a lei marcial, embora antes mesmo da votação ela foi revogada pelo presidente.

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O que é a lei marcial?

A lei marcial é uma medida excepcional que transfere amplos poderes às autoridades militares, substituindo leis civis e impondo restrições severas.

As regras previstas incluíam a proibição de manifestações políticas, greves e protestos, além do controle sobre meios de comunicação.