MP pede uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento noturno de vereador em Uberlândia
Edinho do Combate ao Câncer (PMB) é investigado por suspeita de desviar verbas de associação e pagar eleitores em troca de votos
O vereador Edinho do Combate ao Câncer (PMB) e um cabo eleitoral são alvos de uma investigação criminal eleitoral do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), que aponta suspeitas de compra de votos, apropriação indébita, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
A denúncia, apresentada pela Promotoria Eleitoral, pede o afastamento do vereador das funções públicas, uso de tornozeleira eletrônica e bloqueio de bens no valor de até R$ 500 mil, para garantir o ressarcimento de danos materiais e morais, caso haja condenação.
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Diante dos indícios, a Promotoria solicitou outras medidas cautelares contra Edinho: proibição de contato com testemunhas ou demais investigados, recolhimento domiciliar noturno e aos fins de semana e impedimento de acesso à sede da Associação de Apoio aos Portadores de Câncer do Triângulo Mineiro, da qual é presidente.
Conforme o MP, o esquema teria sido executado no dia 6 de outubro do ano passado, domingo de eleição, e envolveu o pagamento de outras pessoas para garantir votos ao vereador nas eleições municipais de 2024. Parte dos envolvidos atuava como “cabos eleitorais” e recebia valores em dinheiro mediante metas de votos em seções específicas.
Segundo a denúncia, cada cabo eleitoral recebia R$ 50 para ostentar bandeiras, adesivos ou outros elementos de campanha. Se fosse registrado pelo menos um voto em Edinho na seção eleitoral onde o cabo estava inscrito, ele ganhava mais R$ 50.
Além das acusações eleitorais, a promotoria aponta que o vereador desviou R$ 78 mil em recursos públicos, provenientes de emendas parlamentares destinadas à associação de combate ao câncer, entidade presidida e fundada pelo vereador.
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Entenda o caso
A associação, com sede em Uberlândia, recebeu cerca de R$ 120 mil em 2024, por meio de emendas impositivas aprovadas pela Câmara Municipal e pagas pelo município. O dinheiro deveria ser usado para a compra de cadeiras de rodas, camas hospitalares e outros equipamentos.
No entanto, segundo o Ministério Público, somente uma das cinco notas fiscais emitidas foi realmente cumprida. As demais teriam sido utilizadas para simular a compra dos itens.
A investigação aponta que a empresa contratada para o fornecimento dos produtos, teria repassado R$ 78 mil em espécie ao vereador Edinho, valor que teria sido entregue em uma caixa. Um empresário e a filha dele, responsáveis pela empresa, firmaram acordo de colaboração premiada com o MP e revelaram detalhes do suposto esquema.
No âmbito cível, Edinho já responde à ação por improbidade administrativa, com pedido de perda dos direitos políticos por 12 anos, devolução integral dos valores desviados e pagamento de multa.
O Paranaíba Mais solicitou posicionamento do vereador e aguarda resposta.