Hamas declara fim da guerra contra Israel após acordo de Trump

Khalil Al-Hayaa, um dos líderes do Hamas, confirmou o início de um cessar-fogo nesta quinta-feira (9)

, em Uberlândia

O líder do Hamas, Khalil Al-Hayya, declarou o fim da guerra com Israel e o início de um cessar-fogo permanente, nesta quinta-feira (9). Segundo a agência pública Rádio e Televisão de Portugal (RTP), Al-Hayya afirmou que recebeu garantias dos Estados Unidos, dos mediadores árabes e da Turquia, de que a guerra em Gaza acabou.

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Líder do Hamas declara fim da guerra contra Israel
À esquerda, Khalil Al Hayya, um dos líderes do Hamas – Créditos: Al-Qahera News/Reprodução

“Hoje, anunciamos que o acordo foi alcançado para pôr fim à guerra e à agressão contra o nosso povo e iniciar a implementação de um cessar-fogo permanente e a retirada das forças de ocupação”, disse Khalil Al Hayya, num discurso televisivo, segundo a RTP.

Já Osama Hamdan, outro líder do grupo Hamas, afirmou que nenhum palestino aceita o desarmamento, previsto no plano de Trump, e que os palestinos precisam de armas e de resistência.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta quarta-feira (8), que Israel e o grupo terrorista Hamas assinaram o acordo de paz proposto pelo governo norte-americano. O acordo conta com 20 pontos e prevê transformar a Faixa de Gaza, região onde acontece a guerra, em uma zona “desradicalizada”, ou seja, livre de grupos armados.

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Em um comunicado publicado nas redes sociais, Trump afirmou que, em breve, todos os reféns deverão ser libertos e que Israel deverá retirar suas tropas militares para uma linha acordada. O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, também comentou sobre o plano de paz em suas redes sociais.

“Com a aprovação da primeira fase do plano, todos os nossos reféns serão repatriados. Este é um sucesso diplomático e uma vitória nacional e moral para o Estado de Israel”, escreveu Netanyahu na noite desta quarta-feira (8).

Segundo a RTP, autoridades israelenses já garantiram que o acordo entrará em efeito assim que seja aprovado pelo governo liderado por Netanyahu. A decisão é aguardada para as próximas horas.

Alguns pontos do plano de paz

Segundo uma cópia do plano de paz, obtida pela norte-americana CNN, alguns dos pontos a serem votados por Israel incluem:

  • No prazo de 24 horas após a aprovação do plano pelo governo, as forças militares israelitas deverão se posicionar ao longo da Linha Amarela, a linha inicial proposta para a retirada israelita em Gaza.
  • No prazo de 72 horas após a deslocalização, 20 reféns israelitas vivos e 28 reféns falecidos — incluindo quatro reféns não israelitas falecidos — serão libertos do cativeiro em Gaza.
  • A resolução descreve que o calendário de libertação dos reféns será “determinado com uma consideração cuidadosa para evitar colocar as suas vidas em risco ou atrasar a sua libertação, dadas as circunstâncias e condições únicas dos reféns”.
  • Se os corpos dos reféns falecidos não forem todos libertados, será invocado um apêndice confidencial com “condições adicionais”, estipula a resolução.
  • Por sua vez, Israel iniciará a libertação de prisioneiros e detidos palestinianos sob custódia do Serviço Prisional de Israel ou das Forças de Defesa de Israel. Isto inclui 250 prisioneiros a cumprir penas perpétuas, que serão libertos mediante o acordo de expulsão para Gaza ou para o estrangeiro e de não regressarem a Israel.
  • Israel vai também libertar 1.700 residentes de Gaza e 22 menores, todos eles não envolvidos nos ataques de 7 de outubro, mas detidos posteriormente.
  • Os corpos de 360 ​​pessoas que Israel designou como “terroristas” também serão devolvidos.