Eduardo Bolsonaro é denunciado pela PGR por coação em processo judicial

Blogueiro Paulo Figueiredo também foi denunciado; os dois são acusados pela PGR de promover medidas de retaliação contra o governo brasileiro e membros da Corte

, em Uberlândia

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o blogueiro Paulo Figueiredo pelo crime de coação em processo judicial. A denúncia foi apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (22) e se trata da atuação dos dois nos Estados Unidos.

Segundo a Agência Brasil, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, disse que Eduardo e Figueiredo ajudaram a promover “graves sanções” contra o Brasil. Conforme a denúncia, os dois denunciados articularam ações para intervir no processo sobre golpe de Estado, no qual o pai de Eduardo, o ex-presidente da República Jair Bolsonaro, foi condenado pelo STF a mais de 27 anos de prisão.

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Eduardo Bolsonaro é denunciado pela PGR
Licença de Eduardo Bolsonaro acabou em julho – Crédito: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

“Todo o percurso estratégico relatado confirma o dolo específico de Eduardo Bolsonaro e de Paulo Figueiredo de instaurar clima de instabilidade e de temor, projetando sobre as autoridades brasileiras a perspectiva de represálias estrangeiras e sobre a população o espectro de um país isolado e escarnecido”, disse Gonet, segundo a Agência Brasil.

A denúncia foi apresentada no âmbito do inquérito da Polícia Federal que também investigou o ex-presidente. No entanto, Jair Bolsonaro não foi denunciado. É em função desta investigação que ele cumpre prisão domiciliar e passou a usar tornozeleira eletrônica.

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O procurador-geral da República também disse que Eduardo e Figueiredo utilizaram as redes sociais e entrevistas para articularem sanções e ameaçarem os ministros da Corte.

Caso a denúncia seja aceita pelo STF, os dois viram réus do STF. O relator é o ministro Alexandre de Moraes.

Eduardo Bolsonaro anunciou sua licença temporária do cargo em março para permanecer nos Estados Unidos, para buscar sanções contra “violadores de direitos humanos”. A licença não remunerada terminou em julho e o deputado não retornou às suas atividades.

O que disseram Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo?

Em nota conjunta, divulgada pela Agência Brasil, Eduardo e Figueiredo disseram que vão continuar atuando como “parceiros internacionais”, para que novas sanções sejam aplicadas.

“Esqueçam acordos obscuros ou intimidações que usaram por anos, porque não funcionam conosco – isto vale para mais esta denúncia fajuta dos lacaios do Alexandre na PGR. O recado dado hoje é claro: o único caminho sustentável para o Brasil é uma anistia ampla, geral e irrestrita, que ponha fim ao impasse político e permita a restauração da normalidade democrática e institucional”, afirmaram.

Em sua conta na rede social X, o deputado federal também se pronunciou sobre o assunto em diversas publicações. “Absurdo me acusarem de obstrução de justiça. Nunca atuei para meu pai ser absolvido no STF, não há justiça na corte, sobre política”, afirmou Eduardo em uma de suas postagens.