Deputados da região se posicionam sobre o fim da escala 6×1
Políticos locais divergem sobre a proposta que pode reduzir a jornada de trabalho para 36 horas semanais
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A Proposta de Emenda à Constituição (PEC), que pede o fim da escala 6×1, já é um dos assuntos mais comentados da semana na internet. Políticos, trabalhadores e empresários de todo o Brasil estão se posicionando nas redes sociais contra ou a favor do projeto.

Com autoria de Erika Hilton, a proposta pelo fim da escala 6×1 conseguiu o apoio de 134 deputados federais até a noite desta segunda-feira (11). Para ser protocolado na Câmara, o texto precisa de mais 37 assinaturas, atingindo o mínimo necessário que é 171.
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Mas qual será o posicionamento dos deputados federais aqui da região? Conversamos com cada um deles para ouvirmos as diferentes opiniões sobre o fim da escala 6×1:
Ana Paula Junqueira Leão (PP)
A deputada federal, Ana Paula Junqueira Leão (PP), adianta que já existe uma Proposta de Emenda tramitando na Câmara. Segundo ela, o projeto está na Comissão de Constituição e Justiça, e “não tinha o porquê dela nascer agora”.
Ana Paula se diz espantada com o fato de que agora os representantes estão se colocando em defesa do povo brasileiro. Para ela o fim da escala 6×1 não é benéfica para o país, e pode trazer dissabores futuros.
“O que me espanta é que as pessoas que agora estão se levantando em defesa do bem-estar do povo brasileiro. Votou a favor da reforma tributária, votou a favor da desoneração da folha de pagamento… E isso não é legal. E isso sim, vai trazer muito dissabor ao brasileiro. Ou seja, desemprego e outras coisas mais”, disse a deputada.
Weliton Prado (Solidariedade)
Já o deputado federal, Weliton Prado, é a favor da extinção da escala 6×1. Segundo o político, após a pandemia, a pauta que aborda a qualidade de vida do trabalhador se tornou uma preocupação global.
“Independentemente da Jornada de Trabalho, qual vai ser estabelecida, acho que tem que reduzir preocupando com a saúde física, mental… Garantindo e diminuindo os custos de produção”, disse Weliton.
Dandara Tonantzin (PT)
Dandara Tonantzin segue o mesmo argumento, e afirma que os debates sobre qualidade e as novas relações de trabalho, estão avançando em todo o mundo. Para a deputada federal, o fim da escala 6×1 deve beneficiar principalmente o público feminino.
“O Brasil não está ficando de fora. Avança a luta pelo fim da escala 6×1, ou seja, seis dias de trabalho para um dia de descanso. Que nós sabemos que muitas vezes nem é descanso, só que nós mulheres temos duplas, triplas jornadas, cuida da casa dos filhos e leva na escola”, afirmou Dandara.
Zé Vitor (PL)
O deputado federal Zé Vitor traz um discurso mais conciliador. O político defende incluir na discussão pelo fim da escala 6×1 uma revisão nas convenções coletivas, como uma necessidade do mundo moderno.
“Essa PEC trouxe um ponto positivo. Ela trouxe a discussão para cima, acelerou o debate e o Brasil, de fato, tem urgência em rever pontos. Sem prejudicar trabalhadores e empregadores, sem prejudicar o Brasil” disse o deputado.
Governador considera a discussão “uma perca de tempo”
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), disse ser contrário à Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que visa acabar com a jornada de trabalho de seis dias.
Em entrevista à rádio Itatiaia nesta terça-feira (12), o governante classificou a discussão como perda de tempo e disse que a relação entre trabalhador e empregado “deveria ser tratada como um casamento”, já que “ninguém é obrigado a casar e tolerar coisas com a qual não concorda”.

Se protocolada, PEC da escala 6×1 terá uma longa jornada pela frente
A obtenção das 171 assinaturas é apenas o primeiro passo. Caso o projeto pelo fim da escala 6×1 consiga atingir o número de apoio necessário para ser protocolado na Câmara, a PEC precisará passar pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), depois por uma comissão especial e, por fim, ser votada em Plenário.
Para ser aprovada no Plenário, precisará reunir 308 votos a favor (três quintos da Casa). Ao passar na votação o texto será enviado para o Senado, que também precisará aprovar em Plenário com três quintos de votos dos senadores.
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