Alerta em Minas: governo descarta 450 toneladas de ovos para conter avanço da gripe aviária
Medida preventiva visa proteger produção avícola e evitar entrada do vírus H5N1 no estado; consumo de carne e ovos segue seguro, dizem autoridades
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Diante da confirmação de um foco de gripe aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja comercial no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul, o Governo de Minas Gerais adotou neste sábado (17) uma ação emergencial para proteger a avicultura estadual. Ao todo, 450 toneladas de ovos férteis foram descartadas no Centro-Oeste mineiro, como parte de uma medida preventiva rigorosa contra a possível entrada do vírus no território mineiro.
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A decisão foi tomada após uma reunião emergencial entre a Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA). Os ovos descartados eram provenientes da granja gaúcha onde o vírus foi detectado, e não seriam destinados ao consumo humano, mas sim à reprodução de aves.
Segundo o governo estadual, a iniciativa segue diretrizes do Plano de Contingência da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP), estabelecido em 2022, e tem como objetivo impedir a disseminação do vírus e preservar a capacidade produtiva das granjas comerciais de Minas Gerais, que atualmente é o segundo maior produtor de ovos do Brasil.
Rastreio e possível ampliação dos descartes
As autoridades mineiras continuam o rastreamento dos materiais recebidos da granja de Montenegro e não descartam a possibilidade de novas ações de descarte nos próximos dias, a depender dos resultados das análises sanitárias em andamento.
O IMA mantém vigilância ativa em criatórios de risco e reforça medidas de biossegurança, como controle de acesso às granjas, uso de equipamentos de proteção e ações educativas com produtores. Em 2024, o órgão já realizou mais de 8 mil ações de educação sanitária em estabelecimentos com aves.
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Gripe aviária: risco para humanos é baixo
Apesar da gravidade da doença para as aves, que podem morrer rapidamente após a infecção, especialistas reforçam que a gripe aviária não é transmitida por carne ou ovos. Desde que devidamente cozidos, os alimentos são considerados seguros para o consumo.

A transmissão para humanos é extremamente rara e só ocorre em casos específicos de contato direto, prolongado e sem proteção com aves infectadas. No Brasil, até o momento, não há registro de casos de gripe aviária em humanos.
Compromisso com a transparência
O Governo de Minas, por meio da Seapa e do IMA, afirma que segue em contato direto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para o monitoramento constante da situação e que novas informações serão divulgadas assim que disponíveis.
Além de medidas emergenciais como o descarte de ovos férteis, o estado também atua no Plano Nacional de Vigilância da Influenza Aviária, em parceria com a União e o setor produtivo.