Morre Edmar de Almeida, referência mineira das artes plásticas brasileiras; conheça sua trajetória
Nascido em Araxá, artista plástico morre aos 81 anos; velório vai ocorrer na Paróquia Divino Espírito Santo a partir das 13 horas
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Formado em Belas Artes em Roma, onde estudou afresco na Escola de Artes de S. Giacomo, Edmar de Almeida destacou-se pela sensibilidade de suas obras, muitas delas de grande escala e forte carga simbólica. Entre suas exposições mais conhecidas estão “Repassos – Edmar e as Tecedeiras do Triângulo Mineiro”, premiada pela APCA, e “Tríptico do Cristo Pantocrático”, exibida no Museu Mineiro, em Belo Horizonte.
O arquiteto e urbanista Ariel Luís Romani Lazzarin, ressaltou a importância do artista para a valorização da cultura regional “Repassos foi o primeiro grande trabalho dele que colocou a tecelagem regional em evidência, integrando a arte local a projetos arquitetônicos e culturais de grande porte. Ele sempre teve uma visão muito importante do lugar onde vivia e valorizou o potencial da região para trabalhos coletivos e com uma formação muito sólida, desde os anos 70, passou a prestar atenção nas características e na cultura do Triângulo Mineiro. O trabalho dele começou a valorizar a tecelagem local e culminou na criação do Centro de Fiação e Tecelagem de Uberlândia.”
Projetos emblemáticos de Edmar de Almeida
Um dos destaques de sua carreira foi a colaboração com a arquiteta Lina Bo Bardi, referência da arquitetura brasileira, no projeto da Igreja do Espírito Santo do Cerrado, em Uberlândia. Além disso, o artista participou da fundação do Centro de Fiação e Tecelagem de Uberlândia e realizou trabalhos para igrejas na Europa, incluindo a Polônia, e para museus em diversas cidades brasileiras.

Segundo Alexandre França, Diretor de Arte e Cultura de Uberlândia, “Edmar é central na história da arte nacional e do Triângulo Mineiro. A parceria com Lina Bo Bardi integrou arquitetura, arte sacra e cultura local de forma única.”
Ao longo da carreira, o artista deixou obras em espaços como o Sesc Pompeia (São Paulo), Museu Oscar Niemeyer (Curitiba), Museu do Homem do Pantanal (Corumbá) e Museu Engenho de Dentro (Piracicaba). Seu ateliê ficava no Sítio Santo Antônio, em Uberlândia, onde produziu obras de grande escala e relevância simbólica.

“Edmar sempre foi concentrado em seu trabalho, com grande erudição e cuidado artístico. Precisamos manter viva sua memória para preservar seu legado”, afirmou França.
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Velório e sepultamento
O velório será realizado na Paróquia Divino Espírito Santo, na avenida dos Mógnos, 355, bairro Jaraguá, em Uberlândia, a partir das 13h. O cortejo está marcado para 15h, com sepultamento às 16h, no Cemitério Parque dos Buritis.