Morre Antério Mânica, condenado por ordenar chacina que matou auditores fiscais em Unaí
Ex-prefeito de Unaí estava em coma induzido após traumatismo craniano; ele cumpria pena de 64 anos de prisão
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O ex-prefeito de Unaí e empresário rural Antério Mânica, de 77 anos, morreu na manhã desta quinta-feira (15), em Brasília. Ele estava internado em estado grave no Hospital Sírio-Libanês desde o último dia 9, após sofrer uma queda e bater a cabeça. Mânica passou por uma cirurgia de emergência e permaneceu em coma induzido até sua morte.
Condenado a 64 anos de prisão por homicídio qualificado, ele cumpria pena em regime domiciliar desde novembro de 2024. O ex-prefeito também tratava um câncer no pâncreas e possuía outras comorbidades, como diabetes e hipertensão.

A chacina de Unaí: crime que chocou o país
Antério Mânica foi condenado como um dos mandantes da Chacina de Unaí, crime que ocorreu em 28 de janeiro de 2004, quando três auditores fiscais do trabalho e um motorista foram assassinados em uma emboscada na zona rural do município mineiro. As vítimas investigavam denúncias de trabalho escravo em fazendas da região, incluindo propriedades da família Mânica.
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Foram mortos os auditores Erastóstenes de Almeida Gonçalves, João Batista Soares e Nelson José da Silva, além do motorista Ailton Pereira de Oliveira. De acordo com o Ministério Público Federal, o crime foi planejado para impedir as fiscalizações nas propriedades rurais.
Em novembro de 2015, Mânicafoi condenado a 100 anos de prisão, mas a sentença foi anulada em 2018 pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que determinou um novo julgamento. Em maio de 2022, ele voltou a ser julgado e recebeu pena de 64 anos de reclusão por quádruplo homicídio triplamente qualificado. O irmão dele, Norberto Mânica, também foi condenado à mesma pena.