Legado de Luis Fernando Verissimo reúne humor, crítica social e mais de 70 livros
Filho do também escritor Érico Verissimo, ele conquistou milhões de leitores com humor e sensibilidade ao retratar o cotidiano brasileiro
O escritor e cronista Luis Fernando Verissimo morreu neste sábado (30), aos 88 anos, em Porto Alegre (RS). Ele estava internado no Hospital Moinhos de Vento desde o dia 11 de agosto, após apresentar complicações decorrentes de uma pneumonia.

📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp
Segundo nota divulgada pela instituição, o falecimento ocorreu às 00h40. O autor já enfrentava há alguns anos problemas de saúde, incluindo doença de Parkinson, sequelas de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) em 2021 e complicações cardíacas.
Nascido em Porto Alegre em 26 de setembro de 1936, Verissimo era filho do consagrado escritor Érico Verissimo (1905-1975) e de Mafalda Verissimo. Ainda adolescente, mudou-se com a família para os Estados Unidos, onde iniciou contato mais intenso com a literatura e também se apaixonou pelo jazz, chegando a integrar a banda Jazz 6 como saxofonista.
Ao longo de mais de cinco décadas de carreira, construiu um legado que inclui mais de 70 livros publicados e cerca de 5,6 milhões de exemplares vendidos. Sua obra abrangeu crônicas, contos e romances, sempre marcados pelo humor refinado e pela capacidade de transformar o cotidiano em narrativas inteligentes e acessíveis.
Entre seus títulos mais reconhecidos estão O Analista de Bagé (1981), Ed Mort e Outras Histórias (1979), O Santinho (1991) e Comédias da Vida Privada (1994), este último adaptado para uma série televisiva exibida pela Rede Globo entre 1996 e 1997.
Leia Mais
Além da literatura, Verissimo manteve forte presença na imprensa nacional. Foi colunista de jornais como O Estado de S. Paulo, O Globo, Zero Hora e da revista Veja, consolidando-se como uma das vozes mais populares da crônica brasileira contemporânea.
O primeiro passo em sua trajetória profissional ocorreu em 1966, quando ingressou no jornal Zero Hora como revisor. Sete anos depois, publicou seu livro de estreia, O Popular (1973). Desde então, tornou-se referência não apenas pela produção literária, mas também pela crítica bem-humorada aos costumes sociais e políticos do Brasil.
Luis Fernando Verissimo deixa um legado que atravessa gerações e permanece vivo entre os leitores que fizeram de suas crônicas uma leitura cotidiana, repleta de humor e reflexão.