“É imensurável a dor”: amigos e família se despedem de Clara Maria
Além da dor da perda, o sentimento de justiça unia aqueles que compareceram ao sepultamento
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O corpo de Clara Maria Venâncio Rodrigues, de 21 anos, foi sepultado na manhã desta terça-feira (18), em uma cerimônia restrita a amigos e familiares. O enterro ocorreu no cemitério Campo Bom Pastor, no bairro Planalto, em Uberlândia.
A mãe de Clara Maria foi amparada pelas três irmãs da jovem. Após um momento de oração, a família prestou homenagens à vítima. O corpo foi sepultado por volta das 11h. “Não existe reparo. É imensurável a dor, a magnitude dessa situação”, desabafou Driele Venâncio, irmã de Clara.

Emocionada, a irmã relembrou as qualidades da jovem. “Ela era luz. Ela era intensa. Ela era maravilhosa. Ela era engraçada. Ela era talentosa. Ela era amorosa, empática. Ela era solidária. Ajudava quem precisasse. Ela era maravilhosa”.
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Justiça por Clara Maria
Além da dor da perda, um forte sentimento de justiça unia aqueles que compareceram ao sepultamento. “É o começo de uma causa que vai precisar de muitas vozes. Porque o que a gente quer é justiça por Clara. E isso não é superficial. E não é só por ela. É em prol de tantas outras que permanecem no anonimato”, afirmou Driele.
No último sábado (15), amigos da jovem realizaram um protesto na Praça Sete, no centro de Belo Horizonte, pedindo justiça e o fim da violência contra a mulher. O ato reuniu cerca de 100 pessoas e durou aproximadamente duas horas.

A família, que é de Uberlândia, acompanha a investigação conduzida pela Polícia Civil de Belo Horizonte.
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A morte de Clara Maria
Clara Maria Venâncio Rodrigues foi encontrada morta na manhã de quarta-feira (12) em uma casa no bairro Ouro Preto, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
O caso levou à prisão de Thiago Schafer Sampaio e Lucas Rodrigues Pimentel, que tiveram a detenção em flagrante convertida em prisão preventiva após audiência de custódia.
De acordo com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), os dois estão detidos no Ceresp Gameleira em celas separadas e isolados dos demais presos.

A motivação do crime ainda intriga as autoridades. Nos depoimentos, Thiago Sampaio afirmou inicialmente que pretendia roubar Clara Maria para acessar suas contas digitais. No entanto, também demonstrou ciúmes ao vê-la com o namorado em um bar da Avenida Fleming, local que todos costumavam frequentar.
Para a Polícia Civil, o assassinato pode ter conotações sexuais e sádicas. “A motivação pode estar relacionada a algum desejo sádico sexual por parte dos dois autores em relação a Clara Maria”, informou o delegado.
A investigação ainda não foi concluída.