A vitória de Donald Trump nas eleições americanas de 2024 nesta quarta-feira (6), tem gerado discussões em todo o mundo, e Uberlândia não fica fora dessa análise.
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Especialistas apontam que o impacto da reeleição do político pode ser profundo, especialmente para a economia brasileira e, mais especificamente, para o agronegócio de Minas Gerais, que tem em Uberlândia um dos seus principais polos.
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Impactos econômicos da reeleição de Donald Trump
Para Bárbara Motta, professora de Relações Internacionais e especialista em política norte-americana, a reeleição de Trump tende a ter um impacto imediato na economia local, com reflexos diretos sobre o comércio internacional.
“Trump tem como um de seus principais objetivos, no segundo mandato, o aumento da guerra comercial com a China. Isso pode afetar o Brasil significativamente, uma vez que somos grandes exportadores de produtos agropecuários, como soja e milho, que são fortemente demandados pela China.”, explica Motta.
A região de Uberlândia, conhecida por sua produção de grãos, pode se ver diante de desafios comerciais, caso as tensões entre Estados Unidos e China se intensifiquem ainda mais.
“Se os Estados Unidos pressionarem o Brasil a se afastar de acordos comerciais com a China, isso pode prejudicar as relações comerciais entre os dois países, impactando diretamente a produção e exportação de grãos em Uberlândia.”, acrescenta a professora.
O que pode acontecer com o Agronegócio?
Leonardo Martins, assessor de investimentos, lembra que durante o primeiro mandato de Trump, o Brasil foi beneficiado pela guerra comercial entre os EUA e a China.
Os Estados Unidos aumentaram as tarifas sobre produtos chineses, o que abriu um espaço maior para o Brasil, especialmente no setor agrícola.
No entanto, ele alerta que com o retorno de Trump à presidência, novas tarifas e barreiras comerciais podem surgir, criando uma instabilidade no comércio internacional e afetando a competitividade do agronegócio brasileiro.
Uberlândia e outras cidades de Minas Gerais são grandes exportadoras de produtos como soja, milho e carne bovina, e um agravamento nas tarifas impostas pelos EUA pode resultar em aumento nos custos de produção.
“A alta do dólar, que tende a se fortalecer com o retorno de Trump, também pode aumentar o preço dos insumos importados, criando um cenário de inflação nos custos de produção”, observa Martins.
Desafios e oportunidades para o agronegócio mineiro
Embora o cenário de incertezas seja claro, especialistas apontam que a valorização do dólar pode representar uma oportunidade para o agronegócio mineiro.
“Com o dólar mais forte, os produtos brasileiros se tornam mais competitivos no mercado global, especialmente na Ásia.”, afirma Martins.
Ele ressalta que o Brasil deve estar preparado para os riscos que podem surgir com as tensões políticas e econômicas internacionais, principalmente em relação à política protecionista de Trump.
O agronegócio brasileiro, especialmente em Uberlândia, possui uma posição estratégica no fornecimento de grãos e carne, e é esperado que, apesar dos desafios, o setor continue a desempenhar um papel vital no comércio global.
“Mas é preciso cautela”, diz Motta. “A pressão de Trump sobre os países latino-americanos pode forçar uma reconfiguração das relações comerciais e políticas, o que exigirá adaptações rápidas dos produtores.”
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Reflexos da vitória de Trump em Minas Gerais e Brasil
Além dos impactos econômicos, a vitória de Trump também pode reforçar o fortalecimento de figuras políticas conservadoras no Brasil.
De acordo com Bárbara Motta, a eleição de Trump serve como um modelo para muitos políticos no Brasil, principalmente aqueles ligados a ideologias conservadoras.
“É possível que a retórica de Trump, tanto no conteúdo quanto na forma, seja usada como inspiração por políticos brasileiros nas próximas eleições.”, observa a professora.
Esse fenômeno pode reforçar a polarização política nas cidades do interior de Minas Gerais, como Uberlândia, onde o conservadorismo tem ganhado força nos últimos anos.
