Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, descobriu a presença de um vírus gigante na Groenlândia.
A descoberta foi publicada na revista Microbiome em maio de 2024 e marca a primeira vez que esses vírus gigantes, conhecidos como NCLDVs (Nucleocytoplasmic Large DNA Viruses), foram encontrados em camadas de gelo e neve.
A colheita das amostras para investigação aconteceu entre os anos de 2019 e 2020, das geleiras Mittivakkat, Bruckner e Heim. Foram identificados no meio de sedimentos de gele e neve de coloração verde e vermelha — devido ao crescimento das algas na neve.
O “super” vírus
Segundo a pesquisa, o vírus é surpreendentemente grande, medindo cerca de 2,5 micrômetros.
Já os “vírus comuns”, geralmente, não ultrapassam 200 nanômetros e não são visíveis. Em comparação, é cerca de 12,5 vezes maior que os vírus comuns.
Achados similares já foram encontrados em 1981, no oceano. Porém, é a primeira vez que organismos do tipo são encontrados na superfície de ambientes gélidos.
Para os pesquisadores, há uma relação entre o vírus e as algas, das quais, possivelmente, esses organismos se alimentam.
O derretimento das geleiras
Pesquisadores ainda buscam identificar o papel que esse vírus desempenha nesse ambiente. No entanto, estima-se que eles possam auxiliar no alívio do derretimento das geleiras.
O florescimento das algas no gelo acontece na primavera e causa uma pigmentação escura, escurecendo o gelo. Essa coloração absorve mais radiação solar e acaba acelerando o derretimento das calotas.
Considerando a hipótese ainda em estudo, se os vírus controlarem a população de algas, a quantidade de gelo escuro poderia diminuir, o que reduziria a absorção de calor solar e retardaria o derretimento do gelo.
Segundo os cientistas, há chances de que esses vírus possam influenciar, como um mecanismo natural, no controle de um dos processos que podem provocar o aquecimento global.