Os números de estupros de menores em Uberlândia cresceram em 2024. Até setembro deste ano, 75 casos de estupro de vulnerável foram registrados na cidade, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (SEJUSP).
📲 Siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp
Esse total representa um aumento de cerca de 31,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior, que contabilizou 57 ocorrências de estupros de menores.
Janeiro de 2024 se destacou com o maior índice mensal, somando 12 casos. Veja os números:
Março e abril seguiram a tendência elevada, cada um com 11 registros de abuso.
LEIA MAIS:
- Condenado por estuprar filha no Paraná é preso em Uberlândia
- Pai é preso suspeito de abusar da própria filha de 11 anos em Uberlândia
- Criança autista engravida após ser abusada sexualmente
Proteção de crianças e adolescentes precisa ser intensificada, afirma neuropsicóloga
Para a psicóloga infantil Analice Oliveira, que atua com neuropsicologia, a proteção das crianças e adolescentes precisa ir além do ambiente familiar e ser intensificada nas escolas e na sociedade.
“É essencial conscientizar as crianças sobre seus corpos e seus limites, com uma educação que inclua discussões sobre o que é permitido e o que não é”, explica Analice.
Segundo ela, recursos lúdicos e atividades em sala de aula são fundamentais para ensinar a autoproteção desde cedo.
“Muitas crianças sequer têm noção de que estão sendo abusadas, e a escola se torna um ambiente de educação e conscientização sobre essa questão”, afirma.
Relatos de estupros de menores começam na escola
Analice observa que, muitas vezes, os primeiros relatos de abuso vêm da escola, quando crianças mencionam situações desconfortáveis a professores ou colegas.
“O papel da escola é crucial para construir esse entendimento. Quando ensinamos que certos toques não são permitidos, elas passam a reconhecer o que é abuso e sabem que podem denunciar. O ideal, porém, é que a prevenção e a conscientização avancem, para que casos como esses nunca ocorram”, completa.
Segundo a psicóloga, grande parte dos casos ocorre no ambiente doméstico, com abusadores próximos, como familiares e amigos. A maioria das violências é cometida por pessoas conhecidas das vítimas. A profissional afirma que é necessário abrir o debate sobre uma masculinidade que respeite os limites e valorize o bem-estar das crianças.
A violência sexual contra crianças e adolescentes traz graves consequências psicológicas, impactando autoestima e autovalor desde a infância.
Muitas vítimas crescem com traumas e percepções distorcidas sobre seu corpo e seus direitos, o que pode afetar sua vida adulta.
Para Analice, a criação de espaços seguros e a promoção de conversas abertas entre pais, educadores e especialistas são passos essenciais na proteção da infância.
Pai é preso suspeito de abusar da própria filha de 11 anos em Uberlândia
Em um dos casos registrados em Uberlândia neste ano, um homem de 33 anos foi preso em agosto, suspeito de abusar da própria filha de 11 anos, durante três anos.
A escola, ao perceber o comportamento anormal da menina, a questionou e ela relatou os casos. Segundo a Polícia Militar (PM), a criança vinha apresentando um comportamento diferente, ansiosa e agitada na sala de aula.
Em conversa com o diretor da instituição, a situação foi relatada e o Conselho Tutelar, a Assistência Social e Polícia Militar (PM) foram acionados. A menina relatou se tratar de uma situação que ocorre há três anos, desde os oito.
O crime de estupro de vulnerável
O crime de estupro de vulnerável, segundo o Código Penal brasileiro, envolve qualquer ato libidinoso ou conjunção carnal com menores de 14 anos.
➡️ Acompanhe as últimas notícias de Uberlândia
A legislação brasileira considera que crianças nessa faixa etária não possuem capacidade legal de consentir, tornando todo ato sexual contra elas uma violência punível com rigor.
As penalidades para os condenados variam de 8 a 15 anos de prisão.