Três são indiciados por morte do entregador que filmou agressões

Os indiciados estão ligados à empresa que alugava moto para a vítima; a morte do entregador foi gravada por ele mesmo e mesmo assim nenhum suspeito está preso

06/11/2024 ÀS 15H13
- Atualizado Há 2 horas atrás

Três pessoas foram indiciadas pela Polícia Civil pela morte de Roberto Alves Bueno Júnior, agredido dentro da própria casa, no bairro Tibery, em Uberlândia. A morte do entregador aconteceu há mais de um ano. Ele filmou os suspeitos antes das agressões. Os indiciados estão ligados à empresa que alugava a moto para a vítima.

Selfie de vítima de agressão
Roberto Júnior foi agredido dentro de casa e filmou ação – Crédito: arquivo pessoal

Com o fim do inquérito foi concluído que o trabalhador foi vítima de lesão corporal seguida de morte. As três pessoas apontadas pela polícia como responsáveis pela morte responderão pela lesão corporal seguida de morte e por violação de domicílio. Dois deles são funcionários da empresa e o outro indiciado é o dono da locadora, residente em Franca (SP).

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Nenhum dos envolvidos está preso e o único que chegou a ser detido saiu da prisão em 12 de agosto de 2023, pouco mais de uma semana depois da descoberta do corpo. Ele também teve a tornozeleira eletrônica retirada por decisão judicial recentemente.

No caso do dono da empresa, ainda que tenha sido indiciado ele pode nem ser denunciado formalmente à Justiça. Isso vai depender do entendimento do Ministério Público de Minas Gerais sobre ele tem ligação direta com as agressões ao trabalhador.

 

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O crime

Roberto Alves Bueno Júnior tinha 53 anos e foi encontrado morto em casa no dia 4 de agosto. Ele apanhou de dois homens que representavam a locadora de motos, agressão motivada por uma desacordo comercial. Ele alugou o veículo para trabalho durante três meses e ele havia sido bloqueado.

A família alega que houve problemas mecânicos com a moto e que em momento algum o locatário deixou de pagar pelo aluguel.

No dia em que os homens foram até a casa da vítima, ele negou a devolução. Vídeos feitos por Roberto Júnior demonstram a insatisfação dele e mostram a invasão dos funcionários da locadora.

Ainda durante a gravação é possível ver a truculência dos homens e o momento em que a vítima apanha e cai.

 

Esperança e luto

Em nota emitida pelo advogado da família, Yuri Gonçalves dos Santos Rodrigues, a notícia do indiciamento foi recebida “com um misto de sentimentos: esperança e luto continuado”.

É esperada a condenação dos envolvidos no crime tratado como “brutal e sem sentido”, que tirou a vida do trabalhador.

“Um luto continuado por conta do tempo em que se arrasta o processo e as cicatrizes da família, que continuam abertas. Cientes de que nada trará seu querido pai, confiam no Ministério Público para que algum tipo de punição”, segue ainda a nota dos familiares da vítima.

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