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Seminário, em Uberlândia, discute como minimizar os efeitos dos fenômenos climáticos extremos em MG

Uberlândia é a sexta cidade do interior de Minas Gerais que recebe o seminário sobre os fenômenos climáticos, realizado pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG)

, em Uberlândia

17/06/2024 ÀS 23H15

- Atualizado Há 2 semanas atrás

O Seminário Técnico “Crise Climática em Minas Gerais: Desafios na Convivência com a Seca e a Chuva Extrema” teve como tema central os fenômenos climáticos no Estado. O evento aconteceu nesta segunda-feira (17) e reuniu diversos especialistas das áreas de climatologia, do agronegócio e do meio ambiente, além de representantes do poder público.

Promovido pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), Uberlândia foi a sexta cidade do interior do Estado a receber o evento. O encontro aconteceu no auditório da Uniube, no campus do centro, das 9h às 18h.

O dia foi marcado por palestras e painéis apresentados por especialistas renomados na região e nacionalmente, além de ter o momento para apresentação de propostas e sugestões de soluções. Para elevar a discussão técnica dos temas, assim como a Uniube em Uberlândia, mais de 60 universidades foram envolvidas no projeto da ALMG.

Políticos sentados em uma mesa fazendo a abertura do evento
O seminário reuniu representantes políticos locais e estaduais, que apresentaram suas preocupações relacionadas aos fenômenos climáticos – Foto: reprodução TV Paranaíba

Fenômenos climáticos extremos

O seminário foi criado com a intenção de levantar a discussão e buscar soluções que possam minimizar os impactos das mudanças climáticas em Minas Gerais. Foram levados em consideração os fenômenos climáticos extremos, como a seca e as chuvas intensas, cada vez mais frequentes na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.

O professor de climatologia da Universidade Federal de Uberlândia, Paulo Cezar Mendes, foi um dos palestrantes no seminário e destacou particularidades do clima da região com precipitações concentradas, problemas de estiagem e a baixa umidade relativa do ar.

Professor Paulo Cezar palestrando durante o evento em Uberlândia
O professor Paulo Cezar destacou as hidrelétricas e espaços urbanos densamente habitados da região como ambientes suscetíveis a serem impactados pelas mudanças climáticas – Foto: reprodução TV Paranaíba

Em Uberlândia, o que mais preocupa são as chuvas intensas que causam prejuízos drásticos à cidade todos os anos. “Uberlândia está 1,5 C° comparado a 30 anos atrás. Isso gera uma grande quantidade de problemas relacionados à temperatura e umidade do ar. As precipitações também estão ficando mais concentradas nos meses de janeiro e fevereiro, o que leva a problemas de enchentes e alagamentos”, explicou o professor.

Preocupação com o agronegócio

O deputado estadual Tadeu Martins Leite, presidente da ALMG, esteve no seminário em Uberlândia e destacou o estudo que apontou que dentre as 20 cidades que mais esquentaram em 2023, 19 delas são de Minas Gerais. O estudo é do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e mostrou que os meses de novembro e dezembro foram mais quentes que o normal para a época do ano.

As consequências disso para as regiões do Alto Paranaíba e Triângulo Mineiro, que são conhecidas na produção de diversas culturas, foi o prejuízo nas safras de algumas delas, como a de grãos. O principal motivo é estiagem intensa e prolongada.

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O uso da tecnologia

No encontro em Uberlândia, a principal medida para encontrar formas de minimizar os impactos dos fenômenos climáticos foi com o uso de tecnologias. Foi apontado que Uberlândia, mesmo com atuação forte no agronegócio, não tem um radar meteorológico que pode melhorar as previsões climáticas e, consequentemente, ajudar nas redução de perdas de produção no campo.

A tecnologia também foi citada como saída para a redução do impacto dos fenômenos climáticos extremos nas lavouras do estado, com uso de equipamentos que produzem com pouca água e agredindo menos o meio ambiente.

Relatório com soluções

O seminário sobre os fenômenos climáticos começou no dia 14 de março e vai terminar na próxima semana, quando acontece o último evento na cidade de Unaí.

A proposta é que todas as discussões e sugestões resultem em um relatório que vai nortear mudanças práticas no Estado. “Esse relatório vai nos apontar desdobramentos, como, por exemplo, o aprimoramento em legislações para facilitar a discussão de crises climáticas. Além de melhorar a fiscalização das políticas públicas, envolver os órgãos do governo do Estado e governo Federal”, garantiu o presidente da Assembleia Legislativa mineira.

Público que participou do seminário que discutiu os impactos da crise climática em Minas Gerais
Participaram do seminário representantes de instituições como Corpo de Bombeiros e Defesa Civil, além de estudiosos das áreas – Foto: Alexandre Netto/ALMG

O relatório será apresentado em agosto, na capital mineira Belo Horizonte. Mas, para além das iniciativas públicas, o professor Paulo Cezar apontou iniciativas que podem ser feitas desde já e por todos da sociedade para que os fenômenos climáticos não se agravem ainda mais. “O que a gente pode fazer em nível de escala? Tentar usar menos combustíveis fósseis, trabalhar para diminuir o desmatamento, o simples fato de colocar o lixo no lugar correto evita, por exemplo, enxentes na cidade com lixo entupindo boca de lobo”, explicou.

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