Reembolso assistido: entenda como rede de clínicas frauda planos de saúde
Solicitação de dados pessoais, falsificação de serviços e pedido de reembolso falso são alguns tipos de fraudes cometidas
Clínicas fraudulentas têm usado uma prática ilegal conhecida como “reembolso assistido” para enganar planos de saúde e pacientes, gerando cobranças indevidas e causando prejuízos milionários.
Esse golpe envolve a emissão de notas fiscais falsas ou superfaturadas de serviços médicos que nunca foram realizados, prejudicando tanto as operadoras de saúde quanto os clientes, que acabam sendo cobrados por procedimentos fictícios e, muitas vezes, negativados.
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Como funcionam os golpes com reembolso assistido
Os golpes relacionados ao “reembolso assistido” funcionam de maneira organizada e fraudulentas, prejudicando tanto os planos de saúde quanto os pacientes. A primeira etapa envolve a solicitação de dados pessoais.
As clínicas fraudulentas convencem os pacientes a fornecerem suas credenciais de acesso ao portal do plano de saúde, como login e senha. Em troca, oferecem a promessa de facilitar o processo de reembolso, isentando o paciente de enviar as notas fiscais ou realizar o pedido diretamente à operadora.
Em seguida, ocorre a falsificação ou superfaturamento de serviços. A clínica emite notas fiscais para procedimentos que muitas vezes não foram realizados ou que possuem valores inflacionados. Por exemplo, exames simples, como um hemograma, podem ser cobrados como se fossem tratamentos mais caros.
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Além disso, é comum que serviços que nem sequer aconteceram sejam cobrados, ou que o preço real dos procedimentos seja muito superior ao praticado.
Com os dados dos pacientes em mãos, a clínica faz o pedido de reembolso diretamente à operadora do plano de saúde, utilizando informações falsas ou inflacionadas. Como as notas fiscais são fraudulentas, a operadora acaba pagando um valor maior do que o devido ou, em alguns casos, por serviços que nunca ocorreram, sem perceber o golpe.
Após a negativa do reembolso por parte da operadora, as clínicas ainda cobram os pacientes por valores exorbitantes, alegando que o serviço não foi pago pelo plano. Muitas vezes, exigem o pagamento de valores totais, incluindo por procedimentos que nem sequer foram realizados.
Caso os pacientes não paguem as dívidas impostas pelas clínicas, a situação pode se agravar com ameaças de cobrança e negativação. As clínicas podem vender os créditos de cobrança para escritórios de advocacia, que, por sua vez, pressionam os pacientes a pagar. Caso a dívida não seja quitada, os pacientes podem ter seus nomes incluídos em serviços de inadimplência, como o Serasa, prejudicando seu histórico de crédito.
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Em casos mais complexos, as clínicas envolvidas nesse tipo de fraude tentam esconder a origem do dinheiro obtido de maneira ilícita, configurando uma prática de lavagem de dinheiro. Isso pode ocorrer quando a clínica solicita que o paciente faça pagamentos para contas bancárias vinculadas à clínica, com o objetivo de gerar um comprovante falso de pagamento. Essa transação financeira ilícita visa mascarar a origem do dinheiro, caracterizando uma transação fraudulenta que pode ser investigada como lavagem de dinheiro.
O Portal Paranaíba Mais entrou em contato com o Health Care Medical Center (HCMC) e aguarda posicionamento. A clínica possui 195 reclamações de fraude no Reclame Aqui em um período de um ano.