Em coletiva de imprensa na noite desta sexta-feira (9), a Voepass deu mais detalhes sobre a queda de avião em Vinhedo, cidade do interior de São Paulo. O acidente aéreo, que aconteceu no começo da tarde de hoje, matou 61 pessoas, sendo 57 passageiros e quatro tripulantes.
Marcel Moura, diretor de Operações da Voepass, respondeu questionamentos, principalmente, sobre as causas do acidente aéreo. Diante da hipótese de que a formação de gelo sobre as asas da aeronave pode ter sido a causa da queda do avião, Marcel disse não descartar essa possibilidade. “O ATR tem sensibilidade um pouco maior a situação de gelo. Ela não é descartada como nenhuma hipótese é descartada nesse momento”, comentou.
Ainda sobre a hipótese de formação severa de gelo no trajeto do voo, Marcel alega que as condições climáticas foram levadas em consideração. “Essa aeronave voa em uma faixa onde tem uma sensibilidade maior onde tem formação de gelo. Na nossa despachabilidade, nós avaliamos a condição de gelo na altitude que ele vai voar. Hoje era previsto gelo, mas dentro das características aceitáveis para o voo”.
O avião que caiu no interior de São Paulo era do modelo ATR-72-500, fabricado por uma empresa francesa. O voo 2283 decolou de Cascavel, no Paraná, com destino a Guarulhos, em São Paulo. Questionado sobre as condições técnicas da aeronave, o diretor de Operações da Voepass garantiu que o avião estava apto para voo. “Essa aeronave saiu de Ribeirão Preto, nossa base principal de manutenção. Ele fez a manutenção de rotina na noite anterior e saiu daqui sem nenhum tipo de problema técnico que inviabilizasse a sua aeronavegabilidade. A aeronave estava perfeitamente aeronavegável dentro dos regulamentos, manuais, requisitos, tanto do fabricante, autoridade e dos nossos processos internos”.
Vítimas da queda de avião em SP
Eduardo Busch, CEO da empresa, lamentou as mortes dos passageiros e destacou a atuação dos quatro tripulantes que também morreram no acidente aéreo. “Nossa tripulação era experiente, competente e totalmente apta a realizar o seu trabalho”.
Danilo dos Santos Romano, o piloto, tinha 5.200 horas de voo e experiência em outras companhias aéreas. Humberto Campos de Alencar Silva, o copiloto, contabilizava 5.100 horas de voo e estava há quase cinco anos na Voepass. Rúbia Silva de Lima e Débora Ávila, as comissárias de bordo, foram lembradas pelos representantes da empresa pela dedicação e comprometimento com o trabalho.
Em relação às 57 outras vítimas, passageiros a bordo, Eduardo Busch garantiu que a empresa está prestando todo suporte às famílias. “Nesse momento, nossa prioridade é o apoio às famílias e o apoio na agilidade da apuração de todos os fatos”.
Após a tragédia de queda de avião, alguns tripulantes da empresa se recusaram a voar em outros voos. Segundo os representantes da Voepass, a decisão deles foi acatada e motivada por abalo emocional, e não por se sentirem inseguros.
Leia Mais
Queda de avião mata 61 pessoas no Brasil
O ATR-72 saiu de Cascavel, no Paraná, às 11h58. Segundo a Força Aérea Brasileira (FAB), o voo ocorreu dentro da normalidade até as 13h20, mas a partir das 13h21 a aeronave não respondeu às chamadas da torre de São Paulo, assim como não declarou situação de emergência. A aeronave caiu em um condomínio, no bairro Capela, em Vinhedo (SP).
O Corpo de Bombeiros, Defesa Civil, entre outras autoridades de socorro foram acionadas até o local. Minutos após as operações começarem na região, foi confirmado que não houve sobreviventes da queda de avião.
As autoridades se pronunciaram sobre a tragédia. No começo da noite de sexta-feira (9), o Governo Federal publicou uma nota nas redes sociais anunciando o decreto de luto oficial de três dias em todo território nacional em sinal de pesar pelas vítimas da tragédia.
O Presidente Luís Inácio Lula da Silva participava de um evento em Santa Catarina quando soube do acidente aéreo. Lula pediu um minuto de silêncio aos convidados e lamentou o ocorrido.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior, do estado do Paraná, decretou luto oficial de três dias. Já Tarcísio de Freitas, governador de São Paulo, comunicou que estava mobilizando todas as equipes para o atendimento à ocorrência. Ambos cancelaram as agendas do dia para acompanhar os desdobramentos do acidente.
Romeu Zema prestou solidariedade às famílias das vítimas, aos paulistas e paranaenses afetados pelo acidente aéreo pelas redes sociais.
