Projeto que incentiva parto normal via plano de saúde acolhe gestantes em Uberlândia

Parceria envolve acompanhamento das mães durante todo o pré-natal, parto e puerpério; anteriormente havia apenas grupos de parto humanizado particulares na cidade

11/07/2024 ÀS 12H00
- Atualizado Há 2 meses atrás

Baseado nos princípios do cuidado centrado no paciente, uma rede prestadora de serviços de saúde, em parceria com uma clínica de Uberlândia, desenvolveu um projeto para acolher gestantes que desejam atendimento humanizado e possam ser respeitadas na preferência pelo parto normal.

A cooperação entre as duas instituições criou um conjunto de ações em que grávidas são acompanhadas por uma equipe multidisciplinar durante o pré-natal, parto e puerpério.

Durante a jornada da gestante, é desenvolvido um plano de cuidado de acordo com as necessidades dela. Um modelo de abordagem integrativo e participativo é apresentado à futura mamãe e os familiares.

As uberlandenses que desejam o parto normal são atendidas por uma equipe composta por enfermeiro obstétrico, fisioterapeuta pélvico e médico obstetra.

O projeto adota os princípios de humanização e atende às recomendações da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo).

Como começou o projeto?

Uberlândia já conta com alguns grupos de parto humanizado no modelo de atendimento multidisciplinar, porém de forma particular. Essa iniciativa com cobertura por plano de saúde é pioneira na cidade.

O médico e diretor de Provimento em Saúde da operadora de saúde, Paulo Sérgio de Freitas, conta que a inovação pioneira compreende a necessidade de mudanças no modelo assistencial.

“Por meio do projeto, além de a gestante ser acompanhada por uma equipe de profissionais, ela participa de cursos de preparo ao parto normal, primeiros socorros, cuidados com o bebê e recebe orientações sobre shantala e introdução alimentar”, explicou o diretor.

Paulo ainda ressalta que a prioridade da rede é o cuidado centrado no paciente, ou seja, uma prática em que a gestante e seus familiares participam das decisões.

As médicas do instituto contam que a ideia de criar o espaço surgiu da inquietude delas, que identificaram a necessidade de juntar forças de várias especialidades com o objetivo de otimizar o atendimento às mulheres que se preparam ao parto de forma mais humanizada.

Da esquerda para direita: Dra. Kátia Cristina, Dra. Leandra Regis, Dra. Ana Paula Lino, Dra. Márcia Aires e Dra Efigênia Freitas – Foto: Instagram/reprodução

Sobre a escolha de parto, as profissionais afirmam que a decisão é da gestante e da família. “Durante o atendimento, fornecemos informações para que elas decidam a via de parto adequada para aquela gestação, baseada em evidências científicas e respeitando a autonomia da gestante. Sabemos que questões culturais e familiares interferem muito, e tentamos, ao máximo, reduzir as interferências externas no processo de decisão”, explicam.

O instituto defende a ideia de que os profissionais estejam alinhados com os valores da empresa, e reuniões científicas com discussão de casos clínicos são semanalmente oferecidas pela equipe.

A saúde mental das gestantes é abordada durante as consultas.

“No acompanhamento de pós-parto, é aplicado o questionário de Edimburgo, que é um questionário que consegue identificar se essa gestante está em risco ou desenvolveu depressão pós-parto. As gestantes e aquelas mulheres que já deram à luz e que são identificadas com risco de desenvolver ou já com depressão pós-parto têm facilitada sua via de acesso aos profissionais especializados em tratar tais quadros”, contam as profissionais.

“Extremamente amorosas com a minha família”, conta participante

O Paranaíba Mais também conversou com a Patrícia Coimbra, que é mamãe da Maitê e viveu a experiência do projeto. Ela conta que aceitou ser parte logo de cara. “Eu com certeza topei, pois o intuito do projeto ia de encontro com meus ideais de gestação e parto”, inicia o relato.

Ela conta que toda a equipe fez com que sua experiência fosse positiva.

“Desde a primeira abordagem até a consulta final de puerpério. Todas elas, incluindo as secretárias, médicas, enfermeiras e fisioterapeutas, foram extremamente profissionais e amorosas com a minha família”, relatou Patrícia.

Patrícia Coimbra é mãe da Maitê e relata sua experiência no projeto – Foto: Arquivo pessoal

“Durante o trabalho de parto, tivemos toda a assistência das enfermeiras obstétricas no conforto de nossa casa, tudo muito organizado. Tínhamos até um grupo de WhatsApp com toda a equipe, o que nos deixou seguros e amparados. Na ida ao hospital, a suíte de parto já estava preparada para a chegada da nossa pequena Maitê! Após o nascimento, tivemos a consulta de puerpério, em que recebemos toda assistência física e também psicológica”, conta a mamãe.

O projeto também oferece às famílias cursos de preparação. Patrícia conta que fez três cursos: Manejo de Amamentação, Cuidados Iniciais com o Bebê e Situações de Emergência. “São cursos completos, que abordam detalhes e, para nós, fizeram total diferença, pois somos papais de primeira viagem”, explica.

Projeto incentiva parto normal e acompanha gestantes por toda jornada – Foto: Arquivo pessoal

“Nessa jornada da gestante, me senti muito respeitada e muito segura. Eu sempre idealizei uma gestação enriquecida em conhecimentos, um parto normal sem violência obstétrica, e com o projeto eu concretizei tudo isso. Foi uma experiência que guardarei para sempre em meu coração”, conclui Patrícia.

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