Pesquisa Firmus: entenda a percepção econômica das empresas fora do mercado financeiro

Nova pesquisa do Banco Central afere como os empresários enxergam o desempenho da economia brasileira 

23/10/2024 ÀS 10H46
- Atualizado Há 3 horas atrás

O Banco Central (BC) passou a divulgar uma nova pesquisa que pode auxiliar no entendimento do cenário econômico. A Pesquisa Firmus busca captar a percepção de empresas não financeiras quanto à situação dos negócios e às variáveis econômicas que podem influenciar na tomada de decisões.

Esse novo levantamento é feito trimestralmente a partir da semana seguinte à primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). O estudo está em fase piloto tendo iniciado no último trimestre de 2023.

Pesquisa Firmus com empresários brasileiros
Relatórios são divulgados trimestralmente com questionários respondidos por empresários – Crédito: Freepik

Os resultados com as coletas iniciais começaram a ser publicados em agosto deste ano referente a informações de maio. O segundo relatório, divulgado nesta semana, apresentou as perspectivas dos empresários em agosto.

Pesquisa Firmus

A Pesquisa Firmus é aplicada a empresas que não têm o mesmo nível de análise macroeconômica que o mercado financeiro, como o relatório Focus, que traz inclusive projeções para indicadores econômicos.

Os questionários são mais simples e acessíveis, evitando que os participantes desistam ou se confundam durante o processo de preenchimento.

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O objetivo é entender as percepções empresariais fora do setor financeiro sobre a economia do País, para fornecer insights sobre como as empresas enxergam a economia e definem seus preços de mercado.

Brasília (DF), 26/10/2023, Prédio do Banco Central em Brasília.
Banco Central passou a divulgar relatórios da Pesquisa Firmus em agosto deste ano – Crédito: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

Metodologia

Em termos de metodologia, a Pesquisa Firmus combina questões quantitativas e qualitativas para saber como as empresas percebem seus próprios custos de mão de obra, preços e margens de lucro, além de expectativas sobre a demanda.

A coleta de dados da Firmus ocorre por meio de convites enviados por e-mail para empresas previamente selecionadas, muitas das quais já têm um relacionamento com o Banco Central. O questionário é respondido de forma virtual.

O estudo também conta com o apoio de associações setoriais, que ajudam a identificar empresas dispostas a participar. A coleta de dados mais recente contou com a participação de 95 companhias nacionais.

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A sondagem não utiliza ponderação por porte ou soma de receita das empresas, optando por fazer uma média simples das respostas recebidas. Essa metodologia, segundo o Banco Central, é semelhante à utilizada por outros bancos centrais, como o da França, que foi consultado no processo de desenvolvimento da Pesquisa Firmus.

O BC pretende, futuramente, incorporar os resultados da pesquisa ao Sistema Gerenciador de Séries Temporais (SGS), permitindo o acompanhamento histórico das expectativas das empresas.

Confira a seguir live realizada com o economista e diretor de Política Econômica do BC, Diogo Abry Guillen, sobre a metodologia da Pesquisa Firmus.

Primeiros resultados

Os primeiros resultados, divulgados em agosto, mostraram que o sentimento dos empresários do setor não financeiro em relação à situação econômica do país era neutro (35,9%) ou discretamente positivo (33,7%). Para 28,3%, o sentimento predominante é discretamente negativo.

Sobre a expectativa para a taxa de crescimento real de seu setor em comparação à taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB), a maioria (34,8%) disse que ela está discretamente maior.

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A expectativa de aumento no custo de mão de obra, para a maior parte dos empresários (59,7%), era de 4% e 6% nos próximos 12 meses.

Pesquisa Firmus com empresários brasileiros
Pesquisa Firmus avalia expectativas econômicas fora do setor financeiro – Crédito: Freepik

Na última segunda-feira (21), novos dados da Pesquisa Firmus foram divulgados com base na percepção empresarial de agosto.

O relatório revelou que 66,3% das empresas esperavam que os custos de mão de obra aumentassem mais de 4% em 12 meses. Mas caiu de 34,8% para 29,5% os empresários que previam aumentos alinhados à meta de inflação de 3%. A margem de tolerância é de 1,5 ponto percentual para mais ou para menos.

Foi percebido ainda aumento no número de empresas que projeta ajustes nos preços de seus produtos alinhados ou discretamente acima da inflação. Mas, de uma forma geral, a entidade monetária avaliou que houve melhora na percepção das empresas sobre a situação econômica atual.

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