Pâmela Volp é condenada por sequestrar mulher trans e tentar arrancar prótese com canivete

Essa é a segunda condenação da ex-vereadora Pâmela Volp, pelo crime de tortura, entre as denúncias da Operação Libertas

30/07/2024 ÀS 12H27
- Atualizado Há 2 meses atrás

Mais uma condenação para a conta da ex-vereadora Pâmela Volp, principal denunciada na Operação Libertas. Desta vez, Volp foi condenada a 5 anos e três meses de prisão por torturar uma mulher trans e tentar arrancar a prótese de silicone dela com canivete.

Pâmela Volp
Ex-vereadora Pâmela Volp soma mais de 30 anos de prisão em condenações – Foto: CMU/Divulgação

A decisão é do juiz da 1ª Vara Criminal da comarca de Uberlândia, Marcio Jose Tricotti, que determinou ainda pagamento de indenização à vítima no valor de R$ 20 mil por danos morais. A sentença foi publicada nesta terça-feira (30).

A audiência de instrução do caso foi realizada em dezembro do ano passado. Com essa condenação, a soma das penas aplicadas contra Pâmela Volp até o momento chega a 30 anos de reclusão. A ré continua presa em Uberlândia.

Pâmela Volp tentou arrancar prótese com canivete

Segundo a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), a ex-vereadora submeteu a vítima a intenso sofrimento físico e psicológico. Ela chegou a arrancar a prótese de silicone com canivete.

A vítima sofreu três golpes na mama esquerda, acima da cicatriz operatória do implante de silicone, com o intuito de remover a prótese, que havia sido financiada por Volp, porém, a vítima havia atrasado o pagamento das parcelas.

Mala de dinheiro apreendida durante a Operação Libertas
Quantias em dinheiro volumosas foram apreendidas nas fases da Operação Libertas – Foto: Gaeco/Divulgação

A mulher contou que, em março de 2015, foi chamada para trabalhar no esquema de exploração sexual chefiado por Pâmela Volp, tendo que pagar diárias pelo ponto nas ruas.

Em depoimento, a vítima ainda contou que foi obrigada a montar uma “poupança” para financiamento da prótese mamária. Ela conseguiu juntar R$ 4 mil e foi levada, junto a quatro colegas, a Taboão da Serra (SP), onde se submeteram à cirurgia em uma clínica clandestina.

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No dia do crime, a vítima tentou fugir de Volp até a cidade de Uberaba. A ré foi atrás dela e a agrediu com tapas, além de tê-la arrastado até o veículo à força, pelos cabelos, configurando o sequestro.

Na metade da viagem, ela foi retirada do carro e jogado ao chão. Volp então sentou sobre a mulher, pegou um canivete e começou a cortar embaixo fazendo força para a prótese sair. Pâmela só parou porque começou a passar carros no local.

A partir de então, a vítima começou a ser escravizada todos os dias.  Foi quando ela tentou fugir novamente do alojamento de Volp, mas foi encontrada. A ex-vereadora pegou uma tesoura e cortou os cabelos da vítima, ameaçando que fosse embora e nunca mais voltasse a Uberlândia.

Esse foi o segundo crime denunciado na Operação Libertas que levou a ex-vereadora Pâmela Volp a ser condenada por tortura, neste caso, qualificado como lesão corporal gravíssima praticada mediante sequestro.

Ela ainda aguarda a sentença no processo principal da operação, em que é acusada de chefiar a organização criminosa interestadual de exploração sexual e lavagem de dinheiro.

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