Mulher morre em Uberlândia com suspeita de picada de aranha-marrom

Segundo familiares, vítima teria sido picada na terça-feira (27) e faleceu no último sábado (31), no Hospital de Clínicas da UFU

04/09/2024 ÀS 13H01
- Atualizado Há 2 semanas atrás

Mulher morreu no Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU) com suspeita de picada de aranha-marrom. A vítima de 61 anos, que é de Monte Carmelo, teria sido picada na terça-feira (27) e morreu no último sábado (31), em Uberlândia, após complicações rápidas no quadro clínico.

Manchas roxas começaram a aparecer na perna da vítma picada por aranha – Foto: Aquivo Pessoal/reprodução

De acordo com relatos da família, a mulher começou a sentir dores na perna na última quarta-feira (28) e a família acreditou que se tratava apenas de uma picada de mosquito, pois “jamais imaginariam que seria algo grave”.

No entanto, a situação foi piorando, quando ela começou a vomitar e acabou desmaiando. Durante a triagem no Pronto Socorro da cidade, ela ainda teria chegado a convulsionar e desmaiar novamente. Os médicos realizarem exames para investigar as causas — que em primeiro momento não identificaram problemas graves. Ela foi medicada conforme os sintomas, mas não teve melhora.

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O quadro da mulher piorou e manchas roxas começaram a aparecer na perna até então picada por algum inseto. A suspeita de envenenamento por picada de aranha só surgiu quando bolhas começaram a surgir, no dia seguinte (29).

Ainda conforme os familiares, com a situação se agravando, ela foi transferida e internada no HC-UFU na última sexta-feira (30). Os exames confirmaram que ela havia sido picada por uma aranha-marrom e o veneno do aracnídeo já havia se espalhado pelo corpo, causando as complicações.

Ela teria sofrido disfunção renal, insuficiência respiratória, rebaixamento de consciência e precisou ser entubada. Mesmo após a administração de cerca de 10 ampolas de soro antiofídico, ela não se recuperou e veio a óbito no sábado (31). Segundo a família, ela era diabética, fator que complicou a resposta ao tratamento.

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O que diz o HC-UFU

Em nota, o Hospital de Clínicas da UFU/Ebserh informou que, pautado pelo Código de Ética e Conduta da Ebserh e pela Lei Geral de Proteção de Dados (Lei nº 13.709/2018), não compartilha boletins sobre o estado de saúde ou qualquer outra informação de pacientes.

Aranha-marrom

O veneno da aranha-marrom pode ser letal se não tratado a tempo.

Segundo o Instituto Butantan, a necrose no local da picada, com morte de parte do tecido da pele, é uma das manifestações mais comuns desse tipo de envenenamento.

No Brasil, além da aranha-marrom, há outras duas espécies de importância médica: a aranha-armadeira (do gênero Phoneutria) e a viúva-negra (do gênero Latrodectus).

Veneno da aranha-marrom pode ser letal se não tratado a tempo – Foto: Instituto Butantan

Sintomas

Após ser picada pela aranha-marrom, a pessoa desenvolve uma lesão dolorida e arroxeada, que vai escurecendo e pode evoluir para necrose após cerca de três dias.

Nas primeiras 24 horas, é comum sentir febre, náusea e mal-estar. Após duas a três semanas, alguns pacientes ainda podem apresentar descamação nos pés e nas mãos.

As autoridades de saúde reforçam a importância de procurar atendimento médico imediato ao identificar sintomas como dor intensa, manchas roxas e bolhas após uma picada de inseto.

Orientações

O HC-UFU informa que em caso de picada por aranha ou acidente com demais animais peçonhentos, a recomendação é que a pessoa busque sempre a unidade de atendimento de saúde mais próxima. De acordo com a médica infectologista do HC-UFU, Dra. Francielly Marques Gastaldi, o mais importante é a avaliação clínica. Apenas casos moderados ou graves (minoria) é que possuem indicação de soro específico. O que todos os casos irão precisar é de avaliação dos sintomas, orientação e reavaliação.

Além disso, as medidas de prevenção desse tipo de acidentes, conforme a infectologista, são

  • Manter áreas externas limpas, evitando entulhos, acúmulo de folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção.
  • Evitar locais de folhagem densa, e, se houver necessidade de acesso a tais espaços, utilizar roupas com proteção de toda a extensão corporal.
  • Limpar terrenos baldios.
  • Sacudir as roupas e sapatos, antes de usá-los, pois as aranhas podem adentrá-los.
  • Não colocar a mão em buracos, embaixo de troncos e pedras.
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos.
  • Realizar a manutenção de rodapés, e extremidades de portal e telas de janelas, para evitar entrada destes animais dentro do domicílio.
  • Combater proliferação de insetos.
  • Afastar camas e berços das janelas e portas, com uso – de preferência – de mosquiteiros e cortinados/telas.

Casos com animais peçonhentos

De janeiro a agosto de 2024, o HC-UFU realizou 193 atendimentos de acidentes por animais peçonhentos, sendo apenas 14 por aranha.

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