A audiência pública contou com a presença de representantes do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC-UFU), membros do Ministério Público Federal (MPF), Corpo de Bombeiros e da Ebserh, empresa que administra a unidade hospitalar. A reunião aconteceu na 1ª vara da Justiça Federal de Uberlândia e tratou sobre a criação de um projeto de segurança contra incêndios no HC-UFU.
De acordo com o Procurador da República, Cléber Eustáquio, em junho de 2023 o MPF já havia solicitado, por meio de uma ação civil pública, que o HC-UFU implantasse medidas de segurança contra incêndios. “Essa ação vem correndo há mais de um ano e, infelizmente, ocorreu esse incidente no setor de pediatria que revelou que essa falta de um projeto prevenção de incêndio tem colocado em risco a vida de muitos pacientes lá no Hospital da UFU, assim como professores, estudantes, todos que trabalham alí”, detalhou o Procurador.
Em dezembro de 2023 já havia sido realizada uma audiência de conciliação, mas foi considerada infrutífera. O juiz determinou que fosse feita mais uma vistoria no HC-UFU.
Segundo Cléber Eustáquio a proposta atual é que exista uma parceria entre os órgãos para que brigadistas da instituição passem por treinamentos trimestrais ministrados pelo Corpo de Bombeiros. “Nós queremos definir com a UFU um projeto de prevenção efetivo e permanente. Então, é importante que aja uma parceria da Ebserh, da UFU e da União Federal com o Corpo de Bombeiros para montar um grupo de brigadistas que sejam treinados pelos bombeiros”.
Incêndio na ala de pediatria
O incêndio que foi registrado na noite do último dia 14, na ala de pediatria do HC-UFU, causou preocupação a respeito da falta de estrutura e equipamentos para atuar em situações semelhantes.
Segundo os bombeiros, pelo acesso primário ao setor ser pelo Pronto-Socorro, ao chegar no local os brigadistas já haviam realizado a evacuação de alguns pacientes. Foi feito um corte da caixa de energia para desligar a energia no momento do incêndio.
A suspeita é que dois eletrocardiogramas tenham pegado fogo e logo as chamas se alastraram.
Segundo relatório do Corpo de Bombeiros, não havia hidrante para que os militares combatessem as chamas com água. Além disso, os profissionais da instituição, ao tentarem fazer o combate até a chegada dos bombeiros, acabaram sendo intoxicados com o pó químico dos extintores, por saberem usar o equipamento corretamente.
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Irregularidades encontradas no HC-UFU
Em janeiro deste ano, o Corpo de Bombeiros realizou uma vistoria no HC-UFU. O relatório apontou diversas irregularidades, entre as principais estavam:
- Saídas de emergência inadequadas;
- Falta de sinalização adequada;
- Extintores de incêndio vencidos;
- Hidrantes inoperantes;
- Inexistência de alarme e de sistema de detecção de incêndio.
Segundo documento do MPF, situações de não conformidade são identificadas desde a primeira vistoria realizada em 2018. O Procurador Cléber Eustáquio garante que vai solicitar uma nova inspeção. “Eu, como membro do Ministério Público, vou pedir ao comandante do Corpo de Bombeiros em Uberlândia que determine a realização de uma nova inspeção no local e que ele indique quais medidas podem ser adotadas hoje para evitar um incêndio de grandes proporções no hospital da UFU”, concluiu.
Em nota, a Ebserh informa que o consultório passou por reforma geral e melhorias, que serão concluídas na próxima semana. Sobre o incêndio, a empresa reforçou que nenhum serviço foi afetado devido o remanejamento do espaço e que não houve nenhuma falha elétrica, nem curto-circuito. A falha foi específica em um equipamento Ainda segundo a Ebserh, os projetos do HC-UFU, aprovados pelo Corpo de Bombeiros, estão em execução.
