Minas Gerais tem a 4ª maior população quilombola do País

Cidade de Januária, na região norte do estado, se destaca entre as principais com população quilombola no território nacional

25/07/2024 ÀS 11H38
- Atualizado Há 2 meses atrás

O estado de Minas Gerais apresenta a quarta maior população quilombola do território nacional. Os novos dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) por meio do Censo 2022 que, pela primeira vez, contabilizou a população quilombola do Brasil.

Mapa da população quilombola em Minas
Januária é a cidade mineira com maior população quilombola – Foto: IBGE/Reprodução

 

Segundo o IBGE, atualmente são 135.315 pessoas quilombolas em Minas, o que representa 0,66% dos habitantes em solo mineiro.

O estado, no entanto, tem a maior população quilombola da região sudeste. As federações que lideram a lista são Bahia, Maranhão e Pará. Veja o ranking:

  1. Bahia: 397.502
  2. Maranhão: 269.168
  3. Pará: 135.603
  4. Minas Gerais: 135.315
  5. Pernambuco: 78.864
  6. Alagoas: 37.724
  7. Piauí: 31.786
  8. Goiás: 30.391
  9. Sergipe: 28.163
  10. Ceará: 23.994

 

Em todo o estado, são 239 territórios oficialmente delimitados e 1.879 domicílios particulares ocupados por população quilombola. A maior faixa etária engloba jovens de 15 a 19 anos (6.600) e mulheres de 20 a 24 anos (5.350).

Censo 2022, do IBGE, contabilizou pela primeira vez quilombolas
Censo 2022, do IBGE, contabilizou pela primeira vez quilombolas – Foto: IBGE/Acervo

População quilombola por cidade

Na listagem por cidades, a cidade mineira com maior número de quilombolas é Januária, localizada na região norte, com 15.012 habitantes. O quantitativo corresponde a 23% da população da cidade, muito acima da média estadual e nacional (também 0,66%).

O município ocupa a quarta posição no ranking nacional por cidades:

  1. Senhor do Bonfim (BA): 15.999
  2. Salvador (BA): 15.897
  3. Alcântara (MA): 15.608
  4. Januária (MG): 15.012
  5. Abaetetuba (PA): 14.526
  6. Itapecuru Mirim (MA): 14.511
  7. Baião (PA): 12.857
  8. Campo Formoso (BA): 12.735
  9. Feira de Santana (BA): 12.190
  10. Vitória da Conquista (BA): 12.057

 

A capital, Belo Horizonte, ocupa o 395º lugar com 821 moradores. Uberlândia, a segunda maior cidade de Minas Gerais, tem apenas 55 pessoas quilombolas e está em 1.143º.

Taxa de analfabetismo entre quilombolas é quase três maior do que na população total- Foto: IBGE/Reprodução

Ainda conforme os dados do IBGE, a população quilombola da cidade está fora de territórios delimitados e tem idade média de 38 anos.

O instituto explica que o conjunto dos territórios quilombolas oficialmente delimitados é composto pelos territórios com alguma delimitação formal na data de referência da pesquisa – em 31 de julho de 2022 – e conforme os cadastros do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) e dos órgãos com competências fundiárias em cada localidade.

Censo quilombolas

O “Censo Demográfico 2022: Localidades Quilombolas” foi divulgado pelo IBGE no último dia 19 de julho. O levantamento inédito mostrou que, no ano passado, existiam 8.441 localidades quilombolas no território brasileiro, associadas a 7.666 comunidades quilombolas declaradas.

A região nordeste detém o maior quantitativo de localidades identificadas, representando 63,81% das ocorrências, enquanto o Maranhão é o estado com o maior número, contando com mais de 2 mil localidades..

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Acesso a saneamento e educação demonstra desigualdade

O Censo 2022 ainda demonstrou desigualdade entre a população geral e a população quilombola no que diz respeito ao acesso a saneamento básico nas cidades.

Em Minas Gerais, apenas 31,43% dos domicílios ocupados por quilombolas têm conexão com rede de esgoto, ante 80,74% das ocupações em geral.

Já 72,44% têm abastecimento de água pela rede geral. Dos demais domicílios, o abastecimento é garantido para 90% deles.

A amostragem ainda identificou que o analfabetismo entre quilombolas é quase três maior do que na população total do Brasil.

No corte regional, as taxas de alfabetização mais altas entre a população quilombola foram registradas no sul (89,96%), norte (87,45%) e centro-Oeste (86,56%).  Nordeste (78,40%) e sudeste (85,32%) registraram as menores.

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