Minas Gerais aguarda Ministério da Saúde para adotar nova diretriz da pressão alta
Com novas metas, especialistas esperam aumentar a conscientização sobre o impacto da pressão alta na qualidade de vida e na longevidade
Uma nova diretriz da Sociedade Europeia de Cardiologia poderá reformular a maneira como a pressão alta ou a hipertensão é diagnosticada e tratada, trazendo à tona a importância de manter níveis de pressão arterial ainda mais baixos do que se acreditava até então.
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A mudança e recomendação foi anunciada durante o Congresso Europeu de Cardiologia, realizado em Londres.
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Mudança nos parâmetros de “pressão alta”
Por muitos anos, uma pressão de “12 por 8” (120/80 mmHg) foi considerada o padrão de normalidade. Mas, segundo a nova diretriz europeia, esse valor passou a ser classificado como “pressão arterial elevada”, com o ideal agora sendo “12 por 7” (120/70 mmHg).
Mais ainda, a nova meta ideal para a pressão arterial, de acordo com os europeus, é abaixo de “11 por 6” (110/60 mmHg).
O que mudou é que os especialistas europeus passaram a recomendar que os níveis de pressão sejam ainda mais baixos para serem considerados saudáveis, explica o cardiologista João Lucas O’Connell, que atende pacientes em Uberlândia.
No Brasil, a diretriz atual ainda estabelece como ideal valores abaixo de ’13 por 8′. O consenso brasileiro ainda não foi atualizado, mas a pressão ideal, segundo os europeus, agora é mais rigorosa.
Minas Gerais aguarda protocolos do Ministério da Saúde para a implementação das novas diretrizes
O Paranaíba Mais entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Minas Gerais para entender se o estado adotará essas medidas.
Em resposta, o órgão disse que aguarda a atualização e publicação dos protocolos por parte do Ministério da Saúde para a implementação.
Classificação atualizada da pressão arterial
Além das mudanças nos valores ideais, a nova diretriz trouxe uma revisão das categorias de classificação. Agora, a pressão arterial é dividida em três níveis:
- Pressão arterial não elevada: abaixo de 120/70 mmHg (“12 por 7”).
- Pressão arterial elevada: entre 120/70 mmHg e 139/89 mmHg (de “12 por 7” a “13 por 9”).
- Hipertensão arterial: maior que 140/90 mmHg (“14 por 9”).
O impacto da pressão alta na vida dos pacientes
Valdecia Alves, de 52 anos, convive com a hipertensão há anos. “Minha pressão normal costuma ficar entre ’13 por 8′ e ’12 por 8′, mas, quando sobe, chega a ’16 por 8′. Preciso tomar medicamentos para pressão e ansiedade todos os dias”, conta ela.
Valdecia desenvolveu a condição devido à ansiedade, de acordo com seu médico, mas ressalta que não há histórico de pressão alta na família.
Ela contou que se esquecer de tomar o medicamento, a pressão aumenta com muita facilidade e traz um mal estar que ela espera não sentir mais ou com menos frequência.
Isso porque este ano ela precisou ficar internada por cerca de 15 dias para estabelecer o que se considera “normal”, no país, como a pressão arterial ideal.
E para não ter erro, ela tem em casa um aparelho para aferir a pressão sempre que preciso. Esse acompanhamento a ajuda para evitar qualquer complicação e até para lembrá-la do medicamento indispensável para o tratamento.
Orientações para medições mais precisas
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A nova diretriz europeia também enfatiza a importância de medições mais rigorosas e precisas da pressão arterial, tanto em casa quanto no consultório médico.
- Medições em casa: devem ser feitas duas vezes ao dia, com um intervalo de 1 a 2 minutos entre as leituras, por no mínimo três dias. O braço deve estar apoiado e o paciente, em repouso.
- No consultório: a pressão deve ser medida após cinco minutos de repouso, com o paciente sentado e o braço em suporte. O ideal é realizar três medições, com intervalo de 1 a 2 minutos entre elas.
A importância de agir preventivamente
As novas diretrizes reforçam a necessidade de prevenção e de controle rigoroso da pressão arterial.
Além de medicamentos, mudanças no estilo de vida, como uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios físicos e a redução do estresse, são essenciais para manter a saúde cardiovascular em dia.
Embora as mudanças nas diretrizes europeias ainda não tenham sido implementadas no Brasil, especialistas destacam que os valores mais baixos podem servir como uma meta para reduzir o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
“O importante é acompanhar os avanços científicos e personalizar o cuidado para cada paciente”, conclui o Dr. João Lucas.