Correr sem chegar a lugar algum, cair em queda livre, ficar de frente com animais perigosos… como interpretar sonhos que parecem não ter sentido? Ao acordar, poucas pessoas se lembram do que sonharam e aquelas que têm recordações ficam extremamente confusas!
Se a motivação de sonharmos é um campo incerto até mesmo para a ciência, interpretar sonhos é um tema ainda mais complexo e, talvez por isso, fascinante. Mas grandes pensadores, como Sigmund Freud e Carl Jung, se aventuraram a dar sentido a esse mundo que experienciamos quando dormimos.
Interpretação de sonhos segundo a psicanálise
Freud foi pioneiro no entendimento de que sonhos são mais que uma mera atividade cerebral humana. Para o pensador, eles refletem o inconsciente, nossos desejos mais profundos, os impulsos reprimidos e conflitos internos.
Dessa forma, ao sonhar a pessoa estaria confrontando todas essas questões e revelando informações valiosas sobre sua própria existência. Portanto, interpretar sonhos para Freud era decodificar os símbolos fazendo associações com experiências do passado, principalmente relacionadas à infância.
Carl Jung, que foi um aprendiz e mais tarde rival de Sigmund Freud, desenvolveu uma teoria diferente sobre interpretar sonhos. Jung não se concentrava nos desejos reprimidos, para ele os sonhos estão relacionados ao desenvolvimento pessoal e a busca por significado na vida, uma fonte de autoconhecimento.
Apesar da diferença na teoria, ambos acreditavam na profundidade que é sonhar! Freud e Jung levaram a outro patamar o que é interpretar sonhos e desde então, ao longo de anos, várias pessoas também buscam sentido neles.
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Como interpretar sonhos?
Seja a teoria de Freud seja a teoria de Jung, ambos concordam que os sonhos falam sobre a gente! Portanto, não há uma cartilha definitiva sobre como interpretar sonhos para seguir cegamente. Mas especialistas dão dicas para saber como enxergá-los de uma maneira que faça mais sentido na sua vida.
- Se prepare: Antes de deitar e dormir o indicado é relaxar, preparar seu corpo para descansar. Os especialistas, inclusive, aconselham a exercitar sua mente para sonhar com alguma questão específica, caso queira.
- Acorde com calma: Ao despertar, não se levante e comece uma atividade imediatamente. Fique alguns minutinhos na cama, com olhos fechados, refletindo sobre o sonho que teve.
- As sensações e os personagens: As emoções e quem estava no seu sonho são peças-chave para conseguir interpretar sonhos. Tente se lembrar do máximo de detalhes e, principalmente, quais foram as sensações que teve. Elas foram positivas ou negativas? Como elas te afetaram?
- Registrar os sonhos: Manter um diário é importante para que o processo de interpretar sonhos fique mais fácil ao longo do tempo. Essa prática também pode ajudar a encontrar padrões de sonho ou entender algum sonho antigo que até então não fazia sentido.
Metáforas e simbolismos
Se sonhos trouxessem cenários fortemente ligados à realidade, com narrativas literais sobre sua vida, seria tão fácil, não é? Mas nem sempre é assim que acontece! Os sonhos que vem do inconsciente se apresentam através de imagens pouco claras, personagens aparentemente aleatórios e conceitos distorcidos.
No canal “Psicanálise em Humanês”, o psicólogo e psicanalista Lucas Nápoli, explica que o que lembramos de sonhos é chamado de “conteúdo manifesto”. Ou seja, ele aconteceu de uma forma, mas representa outra, quase sempre uma pendência da vida de quem sonha.
Pode ser algo mais profundo, como uma necessidade de criança que nunca foi atendida, à uma expectativa simples relacionada a uma demanda importante no trabalho. Segundo Lucas, os sonhos são ferramentas importantes para entender como resolver ou agir diante dessas pendências.
Seus sonhos na realidade
Deu pra perceber que interpretar sonho não é uma tarefa simples e vai precisar de prática, certo? Portanto, tenha cuidado para não ficar tão obcecado a ponto de criar uma nova preocupação.
Interpretar sonhos deve, acima de tudo, servir como uma ferramenta de autoconhecimento, de solucionar conflitos internos e, dessa forma, usar todo nosso potencial de forma madura e mais evoluída.
