As duas meninas abandonadas pela mãe na zona oeste de Uberlândia, pela segunda vez no último dia 8 de setembro, foram afastadas temporariamente do convívio familiar e estão sendo assistidas pelo programa Família Acolhedora.
O juiz da Vara da Infância e da Juventude da comarca de Uberlândia, José Roberto Poiani, definiu o encaminhamento das crianças de 6 e 7 anos como medida de proteção após pedido feito pelo Ministério Público Estadual (MPE). A audiência foi realizada nesta segunda-feira (23) com todas as partes envolvidas no processo.
Em razão da moradora do bairro Pequis ser dependente química e ter histórico de negligência em relação aos cinco filhos, três deles encaminhados a outros parentes, o MPE e o Conselho Tutelar recomendaram a suspensão do poder familiar da mãe e dos pais.
O Paranaíba Mais apurou que os órgãos de proteção sugeriram ainda que as meninas abandonadas pela mãe fossem encaminhadas à guarda temporária de outros familiares, já que a Promotoria de Justiça chegou a sinalizar o interesse de outros familiares em ficar com as crianças. Não sendo possível, indicaram o encaminhamento para uma família acolhedora até a situação jurídica ser solucionada.
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Uma nova audiência foi marcada para novembro para reavaliar o caso e as condições da mãe para ser apta ou não a ficar com a guarda das filhas.
Meninas abandonadas pela mãe: “situação crônica”
O caso envolvendo as meninas abandonadas pela mãe em Uberlândia foi tratado pelo juiz como “situação crônica”, considerando as reiteradas vezes em que os pais foram denunciados, seja pela negligência ou pelo abandono de incapaz.
A reportagem conversou com algumas testemunhas que preferiram não se identificar, mas relataram que a mulher de 40 anos é usuária de drogas e os pais das meninas, cada uma de um genitor, também não demonstravam interesse em cuidar das filhas.
O caso vinha sendo monitorado desde 2012 pela rede municipal e a mãe teria ficado um tempo sóbria. Mas, segundo o Conselho Tutelar, a mulher recaiu e voltou a colocar as filhas em risco.
Em julho, a Polícia Militar (PM) precisou arrombar a casa da família para resgatar as meninas que ficaram 12 horas trancadas sem se alimentarem. A mais nova estava doente e chegou a passar mal, com episódios de vômito e diarreia, sem um adulto perto para socorrê-la.
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A conselheira responsável acompanhou as meninas deixando com a avó materna e comunicou o Judiciário sobre o ocorrido. No entanto, a mulher ameaçou a avó e levou as meninas de volta para a casa.
Neste mês, ela foi presa em flagrante ao levar as filhas para um bar e deixá-las sozinha, enquanto saía para consumir drogas e bebidas alcoólicas. As vítimas ficaram com o pai de uma delas.
A mãe saiu dois dias depois do presídio e, mesmo sem o aval dos órgãos de proteção, mais uma vez buscou as meninas e as levou para casa.
Foi então que o Conselho Tutelar buscou as crianças e as deixou com uma família voluntária cadastrada no programa de proteção, de forma temporária.