Maníaco de Araguari: Eurípedes Martins é absolvido da segunda morte das cinco de que foi acusado

Eurípedes foi inocentado da morte de Amanda Aparecida de Souza terça-feira (9), no Fórum de Uberlândia; ele já havia sido inocentado da morte de outra adolescente em 2019

, em Uberlândia
10/07/2024 ÀS 18H34
- Atualizado Há 2 meses atrás

Eurípedes Martins, que ficou conhecido como “maníaco de Araguari”, foi absolvido dos crimes de homicídio qualificado e ocultação de cadáver de Amanda Aparecida de Souza. O Tribunal do Júri aconteceu nesta terça-feira (9), no Fórum de Uberlândia, durante o Mutirão do Júri.

De acordo com a Sentença de Absolvição, o Conselho de Sentença julgou improcedente a acusação contra o réu por ausência de provas que determinem a autoria dos crimes. Eurípedes Martins ainda recebeu o benefício de aguardar em liberdade caso a acusação recorra da decisão do Júri.

Paulo Bragante, advogado de defesa do réu, comemorou a absolvição. “Eu acho que a justiça foi feita porque, realmente, o Eurípedes é inocente. Ele não cometeu nenhum dos crimes que está sendo imputado a ele. Em razão disso que eu assumi o caso dele até esse momento e vou até o final”, declarou.

Eurípedes Martins, conhecido como 'Maníaco de Araguari' foi absolvido do homicídio e ocultação de cadáver de Amanda Aparecida Souza
Eurípedes Martins, conhecido como ‘Maníaco de Araguari’ foi absolvido do homicídio e ocultação de cadáver de Amanda Aparecida Souza – Foto: TV Paranaíba/reprodução

Crime em 2005

Amanda Aparecida de Souza, à época com 13 anos, foi dada como desaparecida no dia 21 de janeiro de 2005. No dia 30 de março do mesmo ano, o corpo da adolescente foi encontrado na rua Idelbrando Rodrigues Barbosa, no bairro de Fátima, em Araguari, em estado de decomposição.

Segundo o que consta no processo, a investigação policial apontou Eurípedes Martins como o responsável pelo homicídio. O inquérito indicou que o denunciado conhecia Amanda e a encontrou para fazer uso de drogas juntos. Eurípedes teria dado carona à adolescente na carroça dele até uma casa de Araguari, onde pegaram o entorpecente com um mototaxista e, depois, se dirigiram até um lugar ermo para fazer o uso da droga.

Ainda segundo o processo, ao chegarem na avenida Brasil, Amanda quis sair da carroça, mas foi ameaçada pelo homem. Quando chegaram na estrada conhecida como Cachoeirinha, Eurípedes retirou Amanda da carroça e a arrastou até um terreno.

No local, a vítima foi esganada. Eurípedes também teria batido a cabeça de Amanda no chão e, em seguida, torcido o pescoço dela. O homem ainda retirou as vestimentas da adolescente e cobriu o corpo dela com pedras. Eurípedes deixou a vítima no local e foi embora na carroça.

Outra absolvição

Em 2019, Eurípedes Martins foi absolvido da acusação de assassinar Lara Rodrigues Caetano Pereira, que tinha, também, 13 anos quando foi morta. No júri, formado por seis mulheres e um homem, o réu foi inocentado por quatro votos a três das acusações de homicídio e ocultação de cadáver da vítima.

O corpo de Lara foi encontrado em 2004
O corpo de Lara foi encontrado em 2004; o “maníaco de Araguari” foi absolvido do crime – Foto: TV Paranaíba/reprodução

Segundo consta no processo, em agosto de 2004, Eurípedes teria abordado Lara a chamando para usar drogas. De acordo com a denúncia, os dois foram até uma estrada que dá acesso à Fazenda Cachoeirinha, local onde a vítima foi agredida com socos e chutes na cabeça. Por fim, o denunciado teria agarrado Lara pelo pescoço e o torcido, deixando-a morta em meio ao mato, sem roupa, apenas coberta com uma blusa para dificultar o encontro do cadáver.

Após a absolvição de Eurípedes, o Ministério Público de Minas Gerais pediu a mudança de comarca para o próximo julgamento do réu alegando que, devido à cobertura midiática e a teoria popular que o réu foi falsamente acusado por ser negro, havia dúvida sobre a imparcialidade dos jurados.

A Justiça acatou o pedido e transferiu o julgamento para o fórum de Uberlândia.

 

Maníaco de Araguari

Além de Lara e Amanda, Eurípedes também é acusado de ter assassinado outras três mulheres, Rejane Maria Fonseca, Edma Maria Guedes e Michele Monteiro Silva. As mortes aconteceram entre 2004 e 2006 e as vítimas tinham entre 13 e 57 anos. Devido aos crimes violentos semelhantes e atribuídos à Eurípedes, ele passou a ser chamado de “maníaco de Araguari”.

Em 2019, Eurípedes foi absolvido do homicídio de outra adolescente. Após a decisão do Júri, foi pedido a mudança da Comarca para o próximo julgamento
Em 2019, Eurípedes foi absolvido do homicídio de outra adolescente. Após a decisão do Júri, foi pedido a mudança da Comarca para o próximo julgamento – Foto: TV Paranaíba/reprodução

Eurípedes foi preso, em 2006, após ser identificado por uma pessoa que fugiu dele após ser abordada. Na casa do réu, foi encontrada uma calcinha, identificada pela filha de uma desaparecida. O carroceiro chegou a confessar os crimes, mas no decorrer do processo alegou que foi influenciado a assumir a responsabilidade dos assassinatos.

O julgamento das demais acusações ainda não tem data para acontecer.

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