Líder espiritual é acusado de estuprar e obrigar vítimas a consumir sangue para ‘purificação’

Homem ainda usava agulha única para forçar mulheres a juramento em Patos de Minas

30/08/2024 ÀS 11H22
- Atualizado Há 3 semanas atrás

Um líder espiritual de Patos de Minas, de 33 anos, foi preso acusado de estuprar e obrigar as vítimas a consumir sangue para uma espécie de purificação.

O caso vinha sendo investigado desde março pela Polícia Civil e o homem foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE) nove vezes por estupro mediante fraude, além do crime de ameaça.

A delegada de polícia à frente das investigações, Tatiana Carvalho Paiva, convocou uma entrevista coletiva nesta sexta-feira (30) para detalhar o caso.

Acompanhe as últimas notícias de Patos de Minas!

Tatiana Carvalho Paiva, delegada de Patos de Minas
Delegada Tatiana Carvalho explicou que, dentre os métodos do líder espiritual, estava o de consumir sangue menstrual – Foto: Rafael Ribeiro/TV Paranaíba

Vítimas eram forçadas a consumir sangue

Segundo a delegada, os crimes eram cometidos em cultos privados com menor número de pessoas e todas elas do sexo feminino.

“Ele praticava atos libidinosos contra as vítimas. Passava óleo e mel no corpo delas. Com o tempo, essas vítimas eram coagidas espiritualmente a praticar relações sexuais naquele ambiente restrito”, disse.

×

Leia Mais

Os métodos utilizados pelo suposto pai de santo, como ele próprio se intitulava, incluíam ainda juramento com uso de uma agulha única, além de coagir as vítimas a consumir sangue menstrual. A alegação, segundo Tatiana, era de que essas mulheres alcançariam elevação espiritual e seriam purificadas se bebessem o sangue misturado a vinho.

As vítimas foram orientadas pela Polícia Civil a procurarem auxílio médico e fazerem exames devido ao risco de contaminação com uso compartilhado de agulhas e à ingestão de sangue menstrual, que também pode ser nociva à saúde humana.

📲 Clique aqui e siga o canal de notícias do Paranaíba Mais no WhatsApp

Religião própria

Embora os crimes fossem cometidos em um terreiro de religião de matriz africana, a Polícia Civil apurou que os métodos utilizados pelo líder espiritual, como forçar as vítimas a consumir sangue, não eram típicos da religião que ele julgava pertencer.

“A gente percebeu com estudo e investigação, junto a pessoas especializadas no tema, que esses atos praticados não eram de religiões africanas. Na verdade, ele criou uma religião própria onde havia desrespeito e abuso sexual das vítimas”, disse a delegada. 

Familiares dele também foram indiciados pelo crime de ameaça por coagir as vítimas quanto à saída delas do terreiro.

Veja também

Acompanhe nossa programação ao vivo!