Jurados decidem destino de agente penitenciário acusado de matar adolescente que brincava com irmãos em Uberlândia

Agente penitenciário acusado de matar adolescente trabalhava no presídio há 12 anos; júri popular ocorre na manhã desta quarta-feira (17) no fórum da cidade

Mariana Palermo e Kleber Costa
, em Uberlândia
17/07/2024 ÀS 10H09
- Atualizado Há 2 meses atrás

O agente penitenciário acusado de matar adolescente nas proximidades do Presídio Professor Jacy de Assis, em Uberlândia, é julgado nesta quarta-feira (17) pelo júri popular após 14 anos do crime.

O julgamento de Tiago Lucas Ferreira, agente penitenciário acusado de disparar o tiro que matou Rafael Marques, com apenas 16 anos na época, começou por volta das 9h no Fórum de Uberlândia e não tem horário para finalizar.

A sessão começou com a formação do júri e três testemunhas já foram ouvidas na primeira hora do julgamento.

agente penitenciário acusado de matar adolescente
Rafael foi atingido por tiro no peito e agente penitenciário acusado de matar adolescente teria disparado –  Foto: TV Paranaíba/Reprodução

Agente penitenciário acusado de matar adolescente trabalhava há 12 anos no local

No dia 31 de dezembro de 2010, véspera de Ano Novo, Rafael Marques brincava com os irmãos e outras crianças em uma rua que fica nas proximidades do presídio da cidade.

A família da vítima relata que estava chovendo no momento e o adolescente estava reunido com mais oito crianças.

Torre do presídio Jacy de Assis em Uberlândia
Tiro teria sido disparado de uma das torres do presídio de Uberlândia – Foto: TV Paranaíba/Reprodução

Em um determinado momento, as crianças se enfileiraram embaixo de uma casinha. Ele era o primeiro da fila de crianças e o irmão de Rafael observava as crianças da rua de baixo, quando viu que o irmão saiu debaixo da casinha com a mão no peito, dizendo que havia sido atingido.

Na hora do ocorrido, as crianças acharam que se tratava de uma brincadeira e só perceberam que havia acontecido algo quando Rafael caiu deitado na rua.

O irmão mais velho de Rafael tentou socorrê-lo, quando o pegou no colo e o levou às pressas para a Unidade de Atendimento Integrado (UAI) mais próxima. Porém, o adolescente já deu entrada no hospital sem os sinais vitais.

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Investigações e processo

As investigações conduzidas pela Polícia Civil comprovaram que o disparo foi realizado por Tiago Ferreira, utilizando um revólver calibre .38 que nunca foi encontrado. O tiro partiu de uma das torres do presídio, onde Tiago trabalhava no presídio há 12 anos.

Sobre a demora em marcar o julgamento, o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou na época que, em decorrência da pandemia da Covid-19, a sessão foi cancelada, o que atrasou o prosseguimento do processo. O Judiciário teria informado ainda que têm prioridade os processos que envolvem réus presos.

A defesa do réu alega que ele não tinha a intenção de matar o menor.

Serão 60 sessões de julgamento
Agente penitenciário acusado de matar adolescente é julgado no fórum da cidade  – Foto: TV Paranaíba/reprodução

Família clama por justiça

A família de Rafael nunca desistiu de buscar justiça para o adolescente e pede a condenação do agente penitenciário acusado de matar adolescente. O pai dele, especialmente, sempre lutou em busca de justiça. Mas, infelizmente, morreu em um acidente de trânsito no decorrer do processo.

Em entrevista à TV Paranaíba, a mãe de Rafael disse que era um dia de festa e que o filho caçula confraternizava com os amigos e irmãos quando a tragédia aconteceu.

“Hoje não existe mais Natal e Ano Novo para mim. É saudade demais do meu filho. Ninguém precisa me matar mais, porque já me matou por dentro. Eu sou uma pessoa muito triste”, relatou emocionada.

Rafael era o caçula da família, que clama por justiça – Foto: TV Paranaíba/Reprodução

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