Celebrado ou odiado, o inverno chega oficialmente às 17h51, horário de Brasília, nesta quinta-feira (20). Mas, em 2024, a época mais fria do ano será marcada pelo calor extremo, resultado da forte influência do fenômeno La Niña, que vai alterar o clima em várias regiões do país significamente.
O Triângulo Mineiro e o Alto Paranaíba não vão escapar das altas temperaturas. De acordo com a climatologista Alcione Vargas, o calor será predominante, enquanto o frio vai chegar manso e breve. “Não teremos, por enquanto, uma mudança brusca de temperatura. Nós estamos na neutralidade. É esperada a La Niña na segunda quinzena de julho e gradativamente deve influenciar o clima em agosto e setembro. Ela é composta por extremos, então as temperaturas elevadas vão continuar. Já as ondas de frio vão durar três, quatro até cinco dias. Mas vai prevalecer o calor”, pontuou.
Inverno seco
La Niña é um fenômeno climático que caracteriza o resfriamento anormal das águas do oceano Pacífico entre períodos de dois a cinco anos. Os efeitos dela são sentidos em diversos países.
No Brasil, a influência do fenômeno é diferente em cada localidade. Enquanto no Norte e Nordeste há o aumento no volume de chuvas, no Sudeste provoca a estiagem e pouca presença das massas de ar frio.
No Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba não há previsão de chuva significativa de julho até a primeira quinzena de agosto. Consequência disso é o tempo seco. “Essa estação é marcada pela umidade relativa do ar extremamente baixa. Em setembro, por exemplo, cai para índices inferiores a 20% na região, que é considerado um clima de deserto”, alerta a climatologista.
Ainda que a massa de ar frio chegue mais fraca ao Sudeste, a presença dela pode causar um choque de temperatura ao se encontrar com a massa de ar quente, resultando em neblina ou névoa úmida na região.
Consequências
A estação é apreciada por permitir aos brasileiros viver alguns dias do ano com temperaturas mais baixas que o normal para um país tropical. Mas, ao que tudo indica, os amantes do frio não vão precisar separar tantos agasalhos para conseguir passar pelo inverno de 2024.
As consequências das características do inverno, porém, vão além do gostar ou não do frio. A baixa umidade relativa do ar é um problema grave na região, chegando a índices que são considerados graves à saúde, de humanos e animais. O recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) é que a taxa de umidade esteja acima de 60%. A orientação é beber muita água fracionada ao longo do dia e evitar se expor ao sol por muito tempo. Outra preocupação é com o aumento das doenças respiratórias durante o período seco.
Já o longo prazo sem chuva na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba, ambas fortes na produção de grãos e outras culturas, preocupa, principalmente, os produtores rurais. Na falta do principal elemento do desenvolvimento das plantas, é comum um menor rendimento da produção e um maior potencial de perdas de produtos.
A estiagem liga também o alerta da falta de água nos municípios, já que a falta de chuva combinada com as altas temperaturas resulta no maior consumo de água pela população. O ideal, desde já, é usar a água com consciência para que todos consigam passar por esse inverno atípico sem problemas maiores que apenas o calorão.