Em setembro, Uberlândia enfrentou um cenário crítico com o tempo seco e a umidade relativa do ar atingindo apenas 11%.
Este valor é tão baixo que se aproximou dos índices registrados em desertos, como o Saara, onde a umidade varia entre 14% e 20%.
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Os períodos de seca em Uberlândia não são incomuns, mas este ano foi especialmente severo, com longos meses sem chuva.
A baixa umidade, além de prejudicar o bem-estar geral, impacta diretamente o sistema respiratório, sobretudo em pessoas com problemas crônicos, como asma, rinite e sinusite.
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As consequências do tempo seco no dia a dia de quem sofre com rinite
Letícia Santos, de 25 anos, estudante de pós-graduação, sentiu de perto os efeitos desse clima seco.
A jovem sofre com a rinite, uma inflamação na mucosa nasal que causa inchaço, irritação e obstrução do nariz.
No tempo seco os sintomas como espirros, congestão nasal, dor de cabeça aumentam.
“O mais difícil foi a secura no nariz, que chegava a formar cascas. Isso atrapalhava muito para respirar, principalmente à noite.”
A estudante contou teve até sangramentos durante o dia, umas duas ou três vezes.
Para enfrentar o desconforto, Letícia usava um umidificador e colocava uma vasilha com água ao lado da cama, o que ajudava a amenizar os sintomas.
Apesar de sentir muita dificuldade para respirar nos últimos meses, a estudante não precisou ser hospitalizada.
Especialista dá dicas essenciais para driblar o tempo seco
O otorrinolaringologista Dr. Mohamad Saada, reforça a importância de cuidados específicos durante esses períodos.
“A baixa umidade prejudica principalmente quem tem rinite, sinusite ou asma. A poeira e outros poluentes ficam em suspensão no ar, agravando as condições respiratórias”, explica.
Segundo o médico, a primeira medida preventiva é a hidratação adequada, como beber bastante água para manter a mucosa nasal úmida e protegida.
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A recomendação é de ingerir ao menos dois litros por dia, podendo chegar a três litros e meio para quem pratica atividades físicas.
Ele também recomenda cuidado com o uso excessivo de umidificadores, que podem aumentar a proliferação de fungos no ambiente, e destaca a importância de evitar lavagens nasais em excesso, pois isso pode retirar a camada protetora natural das vias respiratórias.
Dicas práticas para enfrentar o tempo seco
Além da ingestão de líquidos, Dr. Saada recomenda outras medidas para aliviar os sintomas da seca. Entre elas, o uso de géis nasais, que ajudam a manter as narinas hidratadas, e a atenção ao ambiente de dormir.
“É importante evitar o ressecamento das mucosas, e para isso, o ambiente deve ser adequado. O uso moderado de umidificadores e a colocação de bacias com água no quarto podem ajudar a aumentar a umidade do ar”, aconselha.
Acompanhe mais dicas do especialista em um vídeo publicado em seu canal do Youtube:
Durante períodos de seca extrema, os cuidados devem ser redobrados, especialmente para grupos mais vulneráveis, como crianças e idosos.
A OMS também reforça a necessidade de manter ambientes fechados ventilados e evitar atividades físicas em horários de maior calor.