Comemorado no mesmo dia do Halloween, o Dia do Saci surgiu como uma proposta para enaltecer as figuras folclóricas brasileiras, especialmente o Saci-Pererê, em contraponto à celebração de raízes estadunidenses que também atrai o público no Brasil.
Desde então, a data vem sendo celebrada em várias cidades com o objetivo de despertar o conhecimento sobre o folclore brasileiro e o respeito às nossas tradições populares.
Para a historiadora e jornalista Camilie Cardoso, o Dia do Saci é um marco cultural importante, pois “representa uma forma de valorizar o que é nosso e preservar as figuras que fazem parte do imaginário brasileiro.”
Segundo Camilie, embora o Halloween seja amplamente difundido no Brasil, a valorização de personagens como o Saci-Pererê é essencial para que o folclore brasileiro não perca espaço e relevância, especialmente entre os mais jovens, que têm uma forte exposição à cultura estrangeira.
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O Saci, conhecido por sua imagem icônica de um jovem com uma perna só, redemoinho e cachimbo, originalmente pertence ao povo Guarani e é chamado de Jaxy Jatere.
Na tradição Guarani, o Saci é um espírito brincalhão, uma figura complexa de anti-herói ou semideus que interage com os humanos de forma espirituosa, provocando reflexões sobre a relação entre o homem e a natureza.
Contudo, ao longo dos anos, a imagem do Saci foi distorcida e alterada, ganhando características de uma criança negra e travessa, especialmente nas obras de Monteiro Lobato, o que contribuiu para o apagamento de suas origens indígenas e cosmológicas.
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A Sociedade dos Observadores de Saci (SOSACI), criada em São Luiz do Paraitinga (SP), tem sido fundamental na promoção e valorização das raízes folclóricas do Saci. Com o objetivo de preservar e divulgar o verdadeiro significado desse personagem, a SOSACI promove eventos e iniciativas culturais para reeducar o público sobre o papel do Saci no folclore nacional e a importância de manter viva essa tradição.
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O Dia do Saci, então, vai além de uma simples comemoração: ele é um movimento de resistência cultural que reforça a identidade brasileira em um cenário de forte influência estrangeira.
Ao celebrar o Saci-Pererê, o Brasil reafirma o valor de suas próprias histórias e figuras folclóricas, mostrando que é possível apreciar tradições internacionais sem abrir mão de suas próprias raízes.
