O corpo do menino de cinco anos que foi morto pelo pai, um homem de 38 anos, está sendo velado, na tarde desta quinta-feira (18), em uma funerária do bairro Daniel Fonseca, em Uberlândia. Já o corpo do homem, que se matou após cometer o crime, já foi sepultado.
O crime aconteceu no começo da noite de quarta-feira (17), no bairro Lagoinha, em Uberlândia. O menino foi deixado na casa do pai para um dia de visita.
Por volta das 16h a avó materna foi buscar o neto, mas como ninguém respondeu aos chamados do lado de fora, ela ligou para a mãe da criança. No local, a mulher pulou o muro e encontrou os corpos no interior da casa.
O se sabe sobre o pai que matou o filho
O nome do homem de 38 anos que teria matado o filho aparece em pelo menos dois boletins de ocorrência registrados pela ex-companheira e pela irmã dele, em datas distintas.
O último registro foi feito em janeiro deste ano, quando a irmã do homem procurou a Polícia Militar (PM) para denunciar o comportamento agressivo dele, principalmente contra a mãe. No boletim, a mulher relata que o irmão estava bebendo muito desde o término do relacionamento e, em casa, quebrava móveis e xingava bastante.
A irmã reforçou que o homem não chegou a agredir a mãe, mas que elas não se sentiam seguras na presença dele. Na ocasião, o suspeito foi conduzido à delegacia por violência doméstica, mas foi liberado depois que a vítima desistiu de representar contra ele.
Quase um ano antes, em fevereiro de 2023, a ex-companheira do homem registrou um boletim na Delegacia da Mulher de Uberlândia. Segundo o relato, os dois ficaram juntos por oito anos e tiveram dois filhos. O casal se divorciou, mas o homem não aceitava o fim do relacionamento.
Ainda segundo o que consta no registro, o ex passou a persegui-la no trabalho e difamar a mulher por mensagens online, além de perturbar familiares e amigos. Apesar de solicitar a convocação do suspeito pelo Centro Integrado da Mulher, a vítima não fez o pedido de medida protetiva contra o ex.
Apesar dos registros e dos sinais de depressão e agressividade relatado por familiares, conhecidos do suspeito ficaram chocados com o que aconteceu.
Em entrevista à TV Paranaíba, Júnior Coelho, que é amigo da família há cerca de 50 anos, contou que os pais do menino, aparentemente, conviviam de forma tranquila. O casal ainda tem outra filha, mais velha.“É uma situação tão triste. Eu jamais imaginaria uma coisa dessas. Encontrei com ele [pai do menino] essa semana. É um menino bom, fazer uma tragédia dessa. Muito complicado”, desabafou Coelho.
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Morto pelo pai
De acordo com informações do boletim de ocorrência, a avó materna deixou o neto na casa do pai por volta das 11h de quarta-feira (17). Quando voltou ao endereço, às 16h30, ninguém atendeu aos chamados dela no portão.
A avó ligou para a mãe da criança, que também não foi atendida quando chamou do lado de fora da casa. A mulher resolveu pular o muro para ver o que estava acontecendo, quando encontrou o homem e o menino sem vida.
Ainda segundo o registro policial, a criança estava em um quarto, sobre uma cama, com duas perfurações de faca no pescoço. Já o homem estava em outro cômodo. Os indícios apontavam que o filho foi morto pelo pai e, em seguida, o homem tirou a própria vida.
A Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros foram acionados e constataram as mortes.
A PM apreendeu a faca que teria sido usada no crime, além de uma fita adesiva que foi usada para tapar a boca da criança. A perícia da Polícia Civil (PC) constatou sinais de asfixia no menino.
Nem a PM nem a PC quiseram conceder entrevista no momento devido à sensibilidade do tema.
