A Polícia Civil de Minas Gerais investiga uma ex-diretora da Escola Estadual Enéias Vasconcelos, em Uberlândia, por desvio de verba da merenda. O valor que teria saído das contas da escola supera R$ 600 mil.
O inquérito foi instaurado assim que chegou ao conhecimento da PC, em Uberlândia. No entanto, o delegado-chefe Marcos Tadeu de Brito informou que os autos estão com o poder judiciário sob segredo de justiça. Os detalhes da investigação e a previsão para conclusão não foram informados.
Em abril, a ex-diretora chegou a registrar um boletim de ocorrência alegando ser vítima de fraude. Ela conta que recebeu uma ligação de uma empresa de publicidade e que fechou um contrato.
Mas, antes de realizar o pagamento da mensalidade, recebeu a ligação de uma suposta funcionária de um cartório informando sobre uma dívida e que era necessário pagar uma taxa. As transferências foram feitas de sua conta pessoal.
Desde então, ao longo de um ano, a ex-diretora alega que passou a receber ligações de supostos funcionários com cobranças de dívidas falsas e taxas inexistentes.
Temendo perder o cargo na direção, ela seguiu todas as orientações. Em dezembro de 2023, passou a suspeitar de fraude e resolveu entrar em contato com as instituições financeiras, constatando que as cobranças não estavam registradas.
A ex-diretora afirma que R$ 346.007,69 foram retirados de duas contas de pessoa física e R$ 634.375,85 vinculados à conta jurídica da escola em que trabalhava.
O que diz a SEE/MG sobre o caso da ex-diretora
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informou que tomou conhecimento da situação e que a servidora suspeita foi exonerada do cargo de direção escolar em maio. Veja a nota na íntegra:
“Sobre a situação relatada na Escola Estadual Enéias Vasconcelos, em Uberlândia, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que a Superintendência Regional de Ensino (SRE) de Uberlândia, assim que ficou ciente, enviou a equipe do Serviço de Inspeção até a unidade escolar para apurar informações e levantar dados para o relatório de inspeção.
A servidora sob suspeita foi exonerada do cargo de direção escolar em 9 de maio. É importante destacar que o cargo comissionado de Diretor de Escola Estadual é de livre nomeação e exoneração, conforme a legislação vigente.
O caso também está sendo analisado pelo Núcleo de Correição Administrativa (Nucad) da SEE/MG, para análise das medidas administrativas cabíveis. A SEE/MG destaca que não tolera quaisquer desvios de conduta por parte de seus servidores, os quais são investigados com rigor, respeitando os princípios da ampla defesa e do contraditório, que são garantidos por lei. O caso também está sob investigação dos órgãos competentes.
No que diz respeito à alimentação escolar, a SEE/MG assegura que não houve interrupção no fornecimento e as refeições continuam sendo servidas regularmente aos estudantes, conforme previsto nos cardápios da cartilha ‘Cardápios da Alimentação Escolar’.”