O filme Divertida Mente, lançado há quase 10 anos, despertou em crianças e adultos a curiosidade por entender como as emoções funcionam no corpo.
Durante a animação, cinco emoções são apresentadas ao público: alegria, tristeza, raiva, medo e nojo.
Uma sala de comando no cérebro de Riley, de 11 anos, mostra como a mudança forçada de cidade acaba tornando a vida da criança uma bagunça.
Além disso, uma confusão deixa a Alegria e a Tristeza de fora da organização emocional, afetando a vida da menina ainda mais.
Você já se perguntou como as emoções são formadas e de que forma agem no corpo?
Elas são necessárias para preparar os indivíduos para os eventos da vida, trazendo significado às experiências.
Como as emoções são formadas?
As emoções são reações neurais provocadas por estímulos psicofisiológicos. A neurocientista e neuropsicopedagoga infantil, Rayane Espindola Ramos, explica que todas as pessoas têm o sistema límbico, conhecido como cérebro emocional.
Ele é um conjunto de estruturas localizado no cérebro de todos os mamíferos, abaixo do córtex, sendo responsável por todas as respostas emocionais.
Além disso, o ser humano tem também o sistema nervoso autônomo, que funciona através de neurotransmissores, ou seja, faz a transmissão do que a pessoa está sentindo para o cérebro, simplifica Rayane.
As bases neurobiológicas das emoções são representadas pelo sistema límbico e pelo sistema nervoso, e a partir de um estímulo que o indivíduo sente, ele faz as associações cognitivas e os julgamentos racionais.
Rayane dá um exemplo de quando uma pessoa fica com vergonha: o cérebro libera hormônios que alteram o estado físico e isso pode fazer com que a pele fique avermelhada. O mesmo acontece com a tristeza, em que o cérebro libera hormônios que podem causar lágrimas, explica.
Qual o papel das emoções na sobrevivência?
Rayane explica que as emoções são essenciais para a sobrevivência dos indivíduos. Um exemplo são os homens das cavernas, que, quando tinham medo, reagiam de forma defensiva.
Ao ver um animal, a reação era de fugir ou atacar, exemplifica a neurocientista e neuropsicopedagoga infantil.
Ela ainda explica que as emoções vêm com um objetivo. Por exemplo, o medo vem para defender os indivíduos de algo, e a alegria libera hormônios do bem-estar, fazendo com que o corpo se sinta bem.
Rayanne conclui que sem elas não estaríamos vivos. “Porque todas as emoções trazem alguma reação,” afirma a neurocientista.
Como as diferentes emoções podem afetar o corpo humano?
É importante entender que todos os seres humanos, inclusive animais, experimentam diversas emoções ao longo da vida.
A psicóloga Pabline Rocha explica que sentir medo, tristeza, alegria e outras emoções é normal. Além de serem ferramentas de socialização, proteção, saúde e bem-estar.
Ela explica que é necessário estar consciente das emoções e atento a qualquer desconforto. Sendo elas um sinal de alerta, se não forem vistas e validadas, podem gerar uma sobrecarga do cérebro.
O resultado disso são doenças causadas ou agravadas por sofrimento psicológico, que podem gerar sintomas como falta de ar, manchas pelo corpo, insônia, queda de cabelo, estresse, entre outros.
A psicóloga ressalta ainda que a desvalidação recorrente de uma emoção negativa pode desenvolver medo descontrolado, fobia, transtorno de ansiedade, levando a diagnósticos de doenças graves.
Por exemplo, sentimentos como estresse e ansiedade podem causar gastrite, ao estimular a produção de ácido gástrico, deixando o estômago mais suscetível à doença.
Como encontrar equilíbrio nas emoções?
A psicóloga explica que é importante pensar no equilíbrio como uma forma de autoconhecimento. Por isso, é importante manter três pilares em movimento: o espiritual, físico e emocional.
Algumas estratégias para ajudar no bem-estar mental: atividade física, rotina planejada, boa noite de sono, beber água, contato com a natureza, momentos de descanso, pausas durante o trabalho, hobbies, momentos de solitude, conexão social, reduzir tempo nas redes sociais, pedir ajuda, respeitar as próprias emoções e investir em autoconhecimento, conclui Pabline Rocha.
Quais são as novas emoções em ‘Divertida Mente 2’?
A sequência da animação traz a garota Riley dois anos mais velha, com 13 anos e vivendo a adolescência e o ensino médio. Novas emoções entram na sala de comando: inveja, vergonha, tédio e ansiedade, e decidem que a personalidade da jovem precisa passar por uma renovação.
Para que isso aconteça, elas sequestram as emoções antigas e assumem o comando da mente de Riley.
