“Tá perdoado”: idoso, dono de mandioca gigante furtada, quer colher outro tubérculo de proporções anormais

Agostinho Morais, de 93 anos, ficou chateado quando soube que a mandioca gigante que colheu foi levada, mas garante que o fato são águas passadas; o idoso espera colher outro tubérculo de proporções anormais em breve

, em Uberlândia
31/07/2024 ÀS 14H29
- Atualizado Há 2 meses atrás

Dois dias depois de ter recebido a notícia que a mandioca gigante, colhida recentemente, foi levada da porta de casa, Agostinho Morais garante que perdoou quem pegou o tubérculo, no bairro Caiçaras, em Patos de Minas.

O idoso, de 93 anos, já consegue até rir da situação. “Eu mesmo fui o culpado, afinal, porque eu deixei lá na rua. Devia ter posto atrás das grades. A pessoa passa e pensa “se tá na rua é para jogar fora”, se ela interessou leva. Eu achei foi graça deles fazerem isso”, contou com humor.

Seu Agostinho levou com humor o fato da mandioca gigante ter sido furtada
Agostinho ficou famoso em Patos de Minas depois que colheu uma mandioca gigante – Foto: TV Paranaíba/reprodução

O tubérculo foi colhido na última semana, em uma pequena propriedade rural que fica no bairro Gramado, também na cidade do milho. A mandioca media 1,40 metro e pesava mais de 50 quilos. As proporções gigantescas do tubérculo chamaram a atenção de Agostinho e da família dele.

João Maurício, que ajuda o idoso na plantação, relembra que foram necessários cuidados específicos para que a mandioca gigante não fosse danificada. “Foi colhida com todo cuidado e carinho aqui para não estragar, para não cortar ela. Foi feito com muito carinho”.

A mandioca gigante foi levada

Foi a filha de Agostinho que descobriu que a mandioca gigante foi levada da porta da casa do pai. Ao checar as câmeras de segurança, a mulher soube que uma caminhonete, ocupada por dois homens, parou em frente ao imóvel. A dupla pegou o tubérculo, colocou na carroceria e foi embora.

Agostinho posa ao lado da mandioca gigante
O idoso de 93 anos colheu a mandioca gigante e resolveu expô-la em frente à casa dele, em Patos de Minas – Foto: arquivo pessoal

Orgulhoso, foi Agostinho que decidiu expor a mandioca em frente à residência, sem qualquer maldade que alguém poderia levá-la. A filha do idoso prefere acreditar que as pessoas que levaram a planta pensaram que o tubérculo estava sendo ofertado, por isso estava ali fora.

A família até tinha esperança que o mandiocão fosse devolvido, mas com o passar dos dias o Agostinho acredita e até espera que o tubérculo tenha virado alimento para alguém.

O foco, agora, é outro!

Vem mais um “mandiocão” por aí?

A raiz da planta gigante ainda está na propriedade. João Maurício não tem dúvida que vem mais uma mandioca gigante em breve. “Essa vai ser a filha que vai se transformar em outro mandiocão daquele. Ela vai ser plantada e colhida na próxima safra”.

Como a segunda raiz veio pesando 50 quilos, Agostinho espera que a próxima safra traga um “mandiocão” ainda maior.

João Maurício e Agostinho na plantação, em Patos de Minas
João Maurício e Agostinho acreditam que vem mais um “mandiocão” por aí – Foto: Rafael Ribeiro

Agostinho é apaixonado por agricultura desde sempre. Trabalhou na roça até os 30 anos, até se mudar para Patos de Minas, onde se dedicou à lida na indústria têxtil e se aposentou como corretor.

Desde então, o idoso usa o tempo livre para plantar no pequeno terreno que tem no bairro Gramado. De lá saem banana, cana, açafrão da terra e… mandioca, inclusive gigantes.

O solo é bom

O tubérculo levado não foi a única mandioca gigante acima da média que ele colheu no terreno. Um tubérculo de 23 quilos já foi colhido pelo idoso no passado.

Em entrevista ao repórter Rafael Ribeiro, da TV Paranaíba, Agostinho contou o que acredita ter sido o segredo para a produção de “mandiocões”. “Essa ficou muito grande porque eu deixei mais tempo aqui no chão. Normalmente, a gente arranca em um ano e meio, no máximo dois anos. Essa passou de dois anos”, confidenciou o idoso.

Bruno Andrade, engenheiro agrônomo, concorda com o idoso e reforça que o cultivo de mandioca leva, normalmente, de oito a doze meses. “Quanto mais tempo ela fica sob o solo, maior a possibilidade dela crescer. Lembrando que é um tubérculo, uma raiz, e ela vai se desenvolvendo no solo por quanto tempo ela ficar lá”.

A consequência de deixar o tubérculo tanto tempo no solo é que o uso da mandioca fica limitado. “Uma planta com essa característica, com três anos o tecido já fica mais velho, mais fibrosos. E essa característica não favorece o consumo in natura. Nesse caso, o ideal seria destinar para o processamento para fazer farinha”, explicou o engenheiro.

De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), cerca de 100 países produzem mandioca, sendo o Brasil o quinto maior produtor no mundo. De modo geral, 40% das raízes é destinada à produção de farinha, 20% para produção de amido e o restante, destinado a usos como mandioca de mesa e alimentação animal.

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