Dia Nacional do Cerrado: bioma é celebrado em meio a ameaças de desmatamento e queimadas

Com vasta biodiversidade, o Cerrado enfrenta seu maior desafio: proteger o que resta de sua vegetação original

11/09/2024 ÀS 09H27
- Atualizado Há 6 dias atrás

Nesta quarta-feira (11) é comemorado o Dia Nacional do Cerrado, celebrando sua imensa riqueza e importância para o Brasil, com vasta extensão territorial e ampla biodiversidade.

O Cerrado é um patrimônio natural de todos os brasileiros. Celebrar esse bioma é reconhecer sua importância para a vida no planeta e comprometer-se com sua proteção.

No entanto, atualmente a ação humana fez com que ele se tornasse um dos mais ameaçados no país – devido a grande quantidade de ocorrências de desmatamento e incêndios.

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Cerrado sofre seca mais intensa de todos os tempos
Cerrado sofre seca mais intensa de todos os tempos – Foto: Carol Aleixo/ Paranaíba Mais
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Crise no Cerrado

O bioma ocupando cerca de 25% do território nacional e é o único presente em todas as cinco regiões do Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há uma grande amplitude e vasta distribuição do Cerrado, porém, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 2023, já era possível constatar que o bioma havia perdido cerca de 50% de sua vegetação original.

Há um acelerado desmatamento de um dos biomas mais biodiversos do Brasil. Em 2024, foram registrados 347 mil hectares de vegetação nativa destruídos nos primeiros seis meses.

A expansão agrícola e a falta monitoramento em áreas fundiárias estão entre os principais fatores que impulsionam o desmatamento.

Incêndio no Parque do Pau Furado - em MG/ CerradoOcorrências de incêndio tiveram grande alta no período de estiagem – Foto: PMMG

Mesmo com sistemas de monitoramento, como o SAD Cerrado, que ajudam a mapear e alertar sobre a degradação, os desafios permanecem grandes, especialmente diante da demanda crescente por terras agrícolas – isso acaba também impactando nos índices de incêndios.

Conforme o MapBiomas Fogo, em um levantamento realizado em colaboração com ONGs, universidades e empresas, nos últimos 39 anos (entre 1985 e 2023), 44% da área do bioma já foi queimada ao menos uma vez, totalizando 88,5 milhões de hectares.

Essa realidade torna o Cerrado o bioma brasileiro mais afetado pelas queimadas, tanto em 2024 quanto historicamente.

O bioma enfrenta, até setembro, o ano mais agressivo em queimadas desde 2012, com cerca de 11 milhões de hectares atingidos pelas chamas, segundo monitoramento do Lasa/UFRJ (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro).

A importância do cerrado

O Cerrado, considerado a savana mais rica do mundo, possui uma ampla biodiversidade, com paisagens que variam entre savanas, campos, matas e veredas.

Ele abriga uma variedade de espécies endêmicas, como o lobo-guará e o tamanduá-bandeira. O bioma é o lar de cerca de 187 espécies de répteis, 850 de aves, 1000 de peixes, 252 mamíferos (18 deles endêmicos) e 113 anfíbios, segundo o IBGE.

A flora do Cerrado também é extremamente diversa, com mais de 12.890 espécies de plantas, das quais 40% são endêmicas.

Espécies como o pequi, o buriti e a cagaita são conhecidas por seus usos alimentares e medicinais, enquanto palmeiras como o buriti têm importância cultural e econômica para as populações locais.

Além de sua biodiversidade, o Cerrado desempenha um papel crucial na regulação hídrica do Brasil.

O bioma abriga nascentes de oito das doze principais bacias hidrográficas do país, incluindo os rios São Francisco, Paraná e Tocantins, de acordo com o Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

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Tamanduá-bandeira
Tamanduá-bandeira é uma das espécies encontradas em MG – Foto: Freepik

 

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