O colesterol alto foi relacionado como um dos 14 fatores de risco para o desenvolvimento de Alzheimer. O levantamento é da revista médica britânica The Lancet, que incluiu a condição, juntamente com a perda de visão não tratada, à lista que já constava outros fatores como consumo excessivo de álcool, diabetes, sedentarismo e hipertensão como outros causadores da demência.
A publicação científica foi feita em julho deste ano e reforçou o perigo e mais uma consequência do colesterol alto para a saúde do ser humano. Afinal, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), as doenças cardiovasculares, ligadas diretamente ao colesterol alto, são responsáveis por cerca de 30% de todas as mortes do país, o que corresponde a cerca de 400 mil óbitos por ano.
Conhecer os riscos e, ainda mais, saber como evitar a condição são temas importantes para esta quinta-feira (8), dia que é comemorado o Dia de Controle ao Colesterol no Brasil.
Riscos do colesterol alto
Se por um lado é considerado novidade que o colesterol alto é um dos de fatores de risco de desenvolvimento de Alzheimer, é notícia velha que a condição é a principal causa de infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC) na população brasileira. A lista de consequências a quem tem os números elevados de colesterol ruim é enorme e grave.
De acordo com a SBC, 40% dos brasileiros têm colesterol total alto. Além disso, mais de um quarto das crianças do país já apresentaram níveis de colesterol elevado. Dados preocupantes sobre uma doença silenciosa.
A falta de conhecimento e acompanhamento da doença são os principais motivos pelos quais muitas pessoas só descobrem que estão com os níveis de colesterol desajustados tarde demais. Como o colesterol não sangra e nem sempre causa dor, poucas pessoas se atentam a procurar ajuda médica para saber como estão os índices. Isso provoca a falta de tratamento ou o tratamento tardio.
Adultos e crianças acima de 10 anos devem dosar o colesterol pelo menos uma vez ao ano. Se elevados, o médico vai definir o risco cardiovascular e planejar um tratamento adequado.
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Mas afinal, o que significa ter o colesterol alto?
A doença é caracterizada pela presença de níveis elevados de lipídios, ou seja, gorduras no sangue.
Quando estes níveis ficam muito altos, as placas de gordura podem se formar e acumular nas artérias, o que pode levar à obstrução parcial ou total do fluxo sanguíneo que chega ao coração e ao cérebro.
Mas é importante ressaltar que o colesterol não é só vilão. Ele é, antes de mais nada, uma substância produzida pelo nosso corpo, em grande parte no fígado, e super necessária na produção de hormônios e digestão de gorduras. Porém, o colesterol também está presente em alimentos, por isso o desequilíbrio dos índices da substância está diretamente ligado à uma alimentação inadequada.
Apesar da composição do colesterol ser só uma, existem dois meios transporte no nosso corpo que divide a substância em dois tipos, com densidades e composições diferentes. São eles:
- Colesterol LDL: é o colesterol popularmente chamado de “ruim”. Em excesso, pode se depositar nas paredes das artérias, formando placas que aumentam o risco de obstrução e, consequentemente, de infarto e acidente vascular cerebral.
- Colesterol HDL: esse faz o papel contrário, “eliminando” o colesterol “ruim”, ajudando a evitar a obstrução das artérias. O nível do HDL deve ser mantido alto.
Entre os fatores de risco para ter o colesterol LDL alto estão:
- História familiar;
- Sedentarismo;
- Alimentação inadequada;
- Obesidade;
- Tabagismo;
- Nas mulheres, a menopausa também é considerada um fator de risco.
Curiosidades sobre o colesterol
- O colesterol é muito necessário ao organismo, sendo essencial para o funcionamento de células que formam o cérebro, nervos, músculos, pele e o coração;
- Pessoas magras também podem ter o colesterol alto já que os níveis da substância no corpo dependem muito mais do fator genético que influencia na retirada do colesterol ruim do sangue. Quem tem parentes de primeiro grau, pai, mãe, irmãos, com colesterol alto, tem chance de ter também.
- A cada 40mg/dL de colesterol LDL reduzido, a mortalidade por infarto se reduz em 20%. Portanto, quanto mais alto o colesterol, mais importante é o tratamento adequado.
- Uma vez detectado o nível elevado de colesterol, o médico passa um tratamento que é preventivo e permanente, já que não se busca exatamente uma cura, mas sim o controle dos índices através de uma mudança de estilo de vida e uso de medicamentos.
