A neurologista que raptou bebê no Hospital de Clínicas de Uberlândia e foi presa pela Polícia Civil, na manhã desta quarta-feira (24), foi identificada como Claudia Soares Alves. Ela era professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) e, segundo testemunhas, alegava que estava grávida.
A mulher está presa em Itumbiara, no interior de Goiás, e vai ser investigada por subtração de incapaz. Outros crimes cometidos pela suspeita também são apurados.
A recém-nascida foi localizada na clínica da médica na cidade goiana. Claudia foi presa durante operação conjunta da Polícia Civil de Minas Gerais de Goiás.
Segundo apurado pelo Paranaíba Mais, ela mantinha o vínculo com a universidade e tomou posse como docente no dia 13 de maio. A docente chegou a fazer uma postagem na rede social informando sobre a nomeação.
A Direção da Faculdade de Medicina (Famed/UFU) informou que ela ministrava as disciplinas de “Medicina Integrada 1” e “Saúde Individual 5”, sendo da equipe do Departamento de Clínica Médica. Seu vínculo inclui atividades de ensino no Hospital de Clínicas (HC-UFU/Ebserh).
Ao que tudo indica, a médica teria usado o crachá de servidora da universidade para se passar por pediatra e pegar a criança na ala da maternidade do Hospital de Clínicas.
Após a repercussão do caso e divulgação da imagem dela nas redes sociais, em menos de duas horas, Claudia ganhou milhares de seguidores em uma rede social.
Quando e como aconteceu o rapto do bebê?
Claudia Soares raptou a recém-nascida na noite desta terça-feira (23), no HC-UFU.
Ela chegou ao hospital questionando os funcionários sobre onde seria a ala de Pediatria, porque precisava avaliar uma criança. A mulher então foi conduzida ao local até chegar no quarto onde estava a família.
A menina estava no quarto com os pais. A mulher entrou se passando por médica pediatra e falou com a mãe que levaria a bebê para se alimentar no copinho, uma vez que, segundo ela, o leite materno não tinha descido.
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Acreditando na história, a mãe e o pai permitiram que a criança fosse levada. Quando o pai suspeitou da demora e foi atrás da menina, descobriu que a criança já não estava mais no hospital.
O rapto do bebê foi premeditado?
Segundo informações de estudantes de Medicina da UFU, Claudia teria tido um aborto em dezembro de 2023.
Ainda segundo as testemunhas, no início deste ano, a médica teria dito que estava grávida e teria pedido afastamento das aulas por estar no final de uma gestação de “alto risco”.
Em uma publicação na rede social, no início deste mês, Claudia afirma que estava grávida e que a criança estava crescendo em seu ventre.
Pessoas próximas da mulher conversaram com a TV Paranaíba e relatam que Claudia teria dito que estava grávida a uma prima. A suspeita ainda teria pedido o ultrassom da parente, que também era gestante, emprestado dizendo que estaria passando mal, sem detalhar o motivo pelo qual queria o exame. A médica não teve acesso ao exame da familiar.
Em algumas ocasiões, a mulher dizia que estava grávida. Na manhã desta quarta, a neurologista chegou a compartilhar pelo WhatsApp a imagem da recém-nascida raptada dizendo que sua filha teria nascido. O Paranaíba Mais teve acesso à imagem compartilhada pela mulher, informando aos conhecidos que seria sua filha.
Quem é a neurologista que raptou bebê?
Claudia Soares é médica graduada pela Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro (atual Universidade Federal do Triângulo Mineiro) em Uberaba.
Ela possui título de especialista em Clínica Médica pela Sociedade Brasileira de Clínica Médica (SBCM) e trabalhava em uma clínica de Itumbiara.
A suspeita ainda tem residência médica em Neurologia na Universidade Federal do Triângulo Mineiro e título de especialista em Neurologia reconhecido pelo Ministério da Educação.
Ela é estudante regularmente matriculada no curso de doutorado do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPCSA).
Claudia foi aprovada em concurso para atuar como professora de Cliníca Médica na Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (Famed/UFU). A nomeação dela, em caráter efetivo, foi publicada em Diário Oficial no mês de março.