Bioinsumos revolucionam o agronegócio com produtividade sustentável e menor impacto ambiental

Compostos biológicos estão transformando o manejo agrícola ao substituir fertilizantes e defensivos químicos, trazendo benefícios como aumento da produtividade e preservação do solo

14/09/2024 ÀS 19H20
- Atualizado Há 3 semanas atrás

Os bioinsumos têm ganhado destaque no agronegócio como uma solução sustentável e eficiente para melhorar a produtividade agrícola, ao mesmo tempo, em que reduzem os impactos ambientais.

Com uma origem orgânica e biológica, os bioinsumos são utilizados no manejo agrícola, que podem ser feitos de microrganismos, extratos de plantas, resíduos orgânicos, entre outros. Eles atuam como uma alternativa natural aos insumos químicos tradicionais, como fertilizantes e defensivos agrícolas.

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Crédito: Freepik

A principal vantagem é que eles aproveitam processos biológicos naturais para melhorar a saúde do solo, combater pragas e aumentar a produtividade, sem causar os danos ambientais típicos dos produtos sintéticos.

Segundo o engenheiro agrônomo João Menezes, “Os bioinsumos não apenas reduzem o impacto ambiental, mas também melhoram a qualidade do solo a longo prazo. Isso é especialmente importante em regiões agrícolas extensivas, como Minas Gerais, onde a sustentabilidade do solo é essencial para manter a produtividade”, explicou o profissional.

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Os tipos de bioinsumos

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Os bioinsumos utilizados no setor agrícola podem ser classificados em diversas categorias, de acordo com sua função e composição. – Crédito: Freepik

Entre os principais tipos, destacam-se os fertilizantes biológicos, que contêm microrganismos capazes de auxiliar na fixação de nutrientes no solo, como o nitrogênio. 

Um exemplo comum é o uso de bactérias fixadoras de nitrogênio em leguminosas, substituindo os fertilizantes químicos nitrogenados. O benefício desse tipo de bioinsumo é a redução no uso de fertilizantes químicos, o que resulta em menor custo e menor impacto ambiental.

Outro tipo são os biopesticidas, produtos que utilizam organismos naturais, como bactérias, fungos e vírus, para combater pragas e doenças nas plantações. O controle biológico é uma prática antiga que ganhou força com os avanços tecnológicos, proporcionando o controle eficaz de pragas sem a contaminação do solo e da água com produtos químicos.

Os estimulantes biológicos, por sua vez, são compostos que ajudam no crescimento e desenvolvimento das plantas, melhorando sua resistência a fatores de estresse, como seca, calor excessivo e falta de nutrientes. Eles aumentam a resiliência das lavouras, sendo especialmente úteis em regiões com variações climáticas, como o Cerrado mineiro.

O controle biológico de pragas também merece destaque, pois utiliza predadores naturais ou parasitoides para manter o equilíbrio das populações de insetos e outros organismos prejudiciais às colheitas. Este método tem sido amplamente aplicado em plantações de café e soja em Minas Gerais, proporcionando uma redução no uso de agrotóxicos e favorecendo a biodiversidade local.

Benefícios na utilização de bioinsumos

O uso de bioinsumos no agronegócio oferece uma série de benefícios tanto para os produtores quanto para o meio ambiente. Um dos principais é a sustentabilidade e conservação do solo, já que os bioinsumos ajudam a manter a fertilidade ao longo do tempo, evitando o esgotamento dos nutrientes, comum em sistemas que utilizam fertilizantes químicos de forma intensiva. Isso permite uma maior capacidade produtiva e menores custos com insumos no longo prazo.

Outro benefício importante é a redução do impacto ambiental. Ao utilizar menos agrotóxicos e fertilizantes sintéticos, os produtores evitam a contaminação do solo e das águas subterrâneas, favorecendo a biodiversidade e criando um ambiente mais equilibrado para plantas e animais. Além disso, o uso de bioinsumos pode aumentar a produtividade das lavouras, fornecendo nutrientes de forma mais eficiente e melhorando a saúde das plantas. Júlio Almeida, produtor rural da região de Patrocínio, Minas Gerais, compartilha sua experiência: “Na minha fazenda, ao aplicar bioinsumos no café, percebi um aumento de 10% na produção, além de plantas mais saudáveis”.

Por fim, há também a economia para o produtor. Embora o custo inicial para adotar bioinsumos possa ser elevado, o investimento costuma valer a pena. A redução no uso de produtos químicos e a melhoria na eficiência produtiva resultam em economia ao longo do tempo, fazendo com que os bioinsumos sejam uma alternativa cada vez mais viável no campo.

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Crédito: Freepik

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O futuro no agronegócio

O uso de bioinsumos representa uma mudança positiva para o agronegócio brasileiro, especialmente em estados como Minas Gerais, onde a produção agrícola é vasta e diversificada. Com o crescimento da demanda por alimentos sustentáveis e a necessidade de práticas agrícolas menos agressivas ao meio ambiente, os bioinsumos se tornam uma peça fundamental para o futuro do campo.

A expectativa é que, nos próximos anos, mais produtores adotem essa tecnologia, aumentando a produtividade de forma sustentável e reduzindo a dependência de produtos químicos. “A agricultura do futuro será pautada pela eficiência e pela sustentabilidade, e os bioinsumos terão um papel central nesse processo”, conclui o engenheiro agrônomo João Menezes.

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