Avó de criança que estaria sendo vendida pelo pai nega que a mãe da menina seja usuária de drogas

A família procurou o Portal Paranaíba Mais para esclarecer a condição da jovem e como está a criança

05/07/2024 ÀS 19H10
- Atualizado Há 3 meses atrás

Nesta sexta-feira (05), a avó da menina de dois anos, que estaria sendo vendida pelo pai por R$ 65 em um bar de Uberlândia, falou com o Portal Paranaíba Mais sobre o caso. Segundo  a mulher, que não quis ter a identidade revelada, contrariando o que foi afirmado pela Polícia Militar, a mãe da criança não é usuária de drogas ou antecedentes criminais.

A informação foi repassada pela Polícia Militar (PM) em uma coletiva na última quinta-feira (3). Na ocasião, o tenente Adriano relatou que o ex-casal tinha um acordo extrajudicial para que a menina ficasse aos cuidados do pai temporariamente.  “A mãe já tinha passado a guarda para o pai, porque a mãe também é usuária de drogas. Então, a mãe fez um acordo extrajudicial com o pai e passou a guarda para ele”, afirmou o policial durante a entrevista. 

A avó da criança apresentou um exame toxicológico da filha, sem resultado, além de um atestado de antecedentes criminais, onde nada consta contra a jovem de 20 anos. “Eu até trouxe um documento de que minha filha não tem passagem por tráfico, ela não usa droga. Inclusive, minha filha fez um exame toxicológico. Tudo isso é mentira, é muito grave eles falarem isso”, afirmou a mulher.

Imagem com o teste toxicológico e certificado de antecedentes criminais.
Ambos os documentos foram emitidos nesta sexta-feira (5). Foto: Arquivo pessoal

Esclarecimentos da família

Segundo a avó da menina de dois anos, o relacionamento entre a mãe e o pai da criança durou dois anos. Após o término, a mãe precisou deixar a filha com o pai para que ela pudesse trabalhar. Um acordo extrajudicial foi feito junto à Defensoria Pública e continua em tramitação. A avó garante que a filha nunca abriu mão da guarda da garota. “Antes de tudo isso acontecer, minha filha já tinha entrado com o pedido de guarda unilateral. Ele falava que só ia ajudar ela, buscar a menina na creche, se a minha filha fizesse esse acordo na defensoria”, explicou a avó.

A família alega que o pai da criança a tratava bem e comprava tudo de que a menina precisava. A avó da garota relatou também que quando pegou a menina após a prisão do pai, ela estava fisicamente bem, agasalhada, mas atualmente, a criança está muito agitada e um pouco abalada com tudo o que aconteceu.

Entenda o caso da menina que estaria sendo vendida pelo pai

Na última quarta-feira (3), o homem, de 25 anos, foi preso em um bar, no bairro Bom Jesus, em Uberlândia. Clientes do estabelecimento denunciaram que o suspeito estaria bastante alterado e acompanhado da filha, uma criança de dois anos.

À Polícia Militar, as testemunhas relataram que o homem continuou bebendo no bar e passou a vender a filha por R$ 65 aos clientes, alegando que precisava usar drogas. A PM ainda informou que o suspeito chegou a oferecer a filha para atos sexuais.

O pai da menina foi abordado, mas tentou resistir à prisão usando uma faca para ameaçar os policiais. Ele foi preso em flagrante e encaminhado ao presídio Jacy de Assis, em Uberlândia. O homem foi autuado por abandono de incapaz e pelo artigo 244-A do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que prevê penas de 5 a 12 anos de reclusão e multa para quem aliciar, agenciar, atrair ou induzir criança ou adolescente à exploração sexual ou prostituição.

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Toda a situação, que culminou na prisão do suspeito, foi encarada com grande surpresa e dor pela avó e mãe da criança. “Eu estou em choque, não estou acreditando até agora que minha neta passou por isso. Ele cuidava dela, tinha carinho, travava ela bem. Eu nunca imaginei que isso poderia acontecer”, desabafou a avó.

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