Árbitros do Campeonato Amador de Uberlândia são alvo de agressões

Agressões sofridas pelos árbitros no Campeonato Amador de Uberlândia ligaram o sinal de preocupação sobre as inseguranças nos poliesportivos

18/10/2024 ÀS 18H46
- Atualizado Há 2 horas atrás

No último dia 22 de setembro, um árbitro foi vítima de agressão durante a partida de futebol entre Esporte Clube Luca Ferrari e Grêmio Esporte Clube, válida pela 2ª fase da divisão de acesso de 2024 do Campeonato Amador de Uberlândia.

O episódio, que aconteceu após o apito final, mostrou a fragilidade na segurança dos árbitros em competições locais.

Segundo informações do boletim de ocorrência, o juíz foi alvo de ameaças e xingamentos durante toda a partida.

Após o término do jogo, um dos jogadores se aproximou, agarrou o árbitro e tentou agredi-lo no rosto.

A ação foi interrompida por outro profissional, que acabou sendo atingido com cotoveladas. O agressor foi retirado do local por companheiros de equipe, mas as ameaças continuaram.

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Torcedor é preso por portar Taurus Cal 9mm durante campeonato amador de futebol de Uberlândia
Torcedor é preso por portar Taurus Cal 9mm durante Campeonato Amador de Uberlândia – Crédito: Google Maps/ Reprodução

Violências no Campeonato Amador de Uberlândia

Casos de violência a árbitros no Campeonato Amador de Uberlândia têm se tornado frequentes, gerando preocupação entre os profissionais que atuam nessas partidas e gerando um sentimento de insegurança. 

O diretor de árbitros da Liga Uberlandense de Futebol (LUF), Ricardo Graciano, revelou que, só em 2024, já foram registrados três casos de violência contra juízes.

Além dessas ocorrências, no último domingo (13), um homem de 37 anos foi preso por portar uma arma de fogo durante uma partida do Campeonato Amador de Uberlândia, no poliesportivo Luizote de Freitas. 

De acordo com Graciano, a Liga Uberlandense de Futebol mantém uma linha direta de comunicação com a Polícia Militar para garantir a segurança nos jogos, mas a PM alega falta de efetivo para cobrir todas as praças esportivas.

“Todo início de temporada, a Liga reúne com o alto comando da PM e sempre pede segurança. A cada semana, entregamos um protocolo nos batalhões informando as praças de esporte que terão rodada”.

“A resposta da PM é que não há efetivo suficiente nem para a própria segurança da cidade. O que prometeram para nós é que sempre terão viaturas fazendo rondas próximas aos polis”, explicou Graciano.

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Árbitros em protesto

Outro episódio que gerou revolta entre os árbitros aconteceu no dia 15 de setembro, em partida válida pela Divisão Especial do Campeonato Amador de Uberlândia, no poliesportivo Luizote de Freitas, entre Sociedade Esportiva Luizote e Canaã, quando um juíz foi ferido com uma garrafa de vidro lançada por um torcedor.

O objeto causou um corte profundo no joelho do profissional, que precisou de atendimento médico.

Como resposta, os árbitros decidiram paralisar suas atividades em protesto contra a falta de segurança.

Essa decisão resultou no adiamento de uma rodada do campeonato. Ricardo Graciano destacou o sentimento que essas ocorrências têm causado entre os profissionais.

“Ficamos parados uma rodada em protesto. Depois, seguimos normalmente. Apesar disso, outra agressão aconteceu e paramos novamente. Reforçamos junto ao comando da PM a insatisfação e insegurança da arbitragem”. 

Ele ainda relatou o desejo da Liga tendo em vista esses episódios.

“Quando acionarmos a Polícia, esperamos que ela chegue mais rápido. Na agressão do Luizote, em que uma garrafa foi jogada no árbitro, a PM e o Corpo de Bombeiros demoraram demais para chegar”, relatou Graciano.

Esse fato liga o sinal de alerta sobre a segurança nas arquibancadas e arredores dos poliesportivos da cidade.

Punições e multas

As punições para os times que torcedores ou jogadores se envolvem em casos de agressão são aplicadas com base no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

Os times são responsáveis pela segurança no mando de campo e, em casos de violência, perdem o mando e são penalizados com cestas básicas.

“Os árbitros relatam nas súmulas, e os times têm perdido mando de campo e pagado com cestas básicas. Por ser futebol amador, onde não pode envolver dinheiro, a multa é convertida em cestas básicas, que são entregues à Liga, que as repassa para entidades cadastradas”, explicou Graciano.

A equipe do Paranaíba Mais procurou o árbitro agredido com uma garrafa de vidro, mas, segundo o diretor de arbitragem, ele preferiu não se manifestar, ainda abalado pelo ocorrido.

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