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Adeus à hiperinflação: 30 anos do Plano Real no Brasil

Plano Real foi um conjunto de medidas econômicas implementadas durante o governo de Itamar Franco, em 1994

01/07/2024 ÀS 14H53

- Atualizado Há 3 dias atrás

Em 1º de julho de 1994, os brasileiros acordaram com uma nova moeda: o Real. O que valia CR$ 2.750,00 (Cruzeiros Reais), passou a valer o equivalente a R$ 1,00 (Real).

Ali nascia, o Plano Real, que foi um conjunto de medidas econômicas implementadas durante o governo de Itamar Franco, em 1994.

Considerado um marco histórico no Brasil há 3 décadas, o Plano Real foi criado por um grupo de economistas renomados, liderado pelo então ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso (FHC).

E o plano não apenas estabilizou uma economia em crise como também trouxe grandes mudanças no dia a dia dos brasileiros, que até então enfrentavam uma hiperinflação descontrolada.

Notas de 100 e 500. Moeda de 1 real
Com a implementação do Plano Real, a inflação caiu para níveis civilizados – Crédito: Freepik

O Brasil vivia uma realidade onde os preços dos produtos podiam variar drasticamente ao longo do dia. Para se ter uma ideia, comerciantes precisavam remarcar preços a todo momento, às vezes, mais de uma vez por dia.

Cáthia Aparecida, uma professora aposentada que viveu essa época, relembra como a vida era marcada pela incerteza:

“O pão que era R$ 0,10 de manhã, podia chegar a R$ 0,20 à noite”.

Cathia Aparecida falando sobre o plano real
Cathia Aparecida contou sua vivência no período da implantação do Plano Real – Crédito: TV Paranaíba

Cáthia também recorda a sensação de alívio quando o Plano Real foi instaurado:

“Os preços ficaram congelados e parecia que finalmente a economia estava no caminho certo. Conseguimos até alugar uma casa, e o aluguel foi ficando mais barato com o passar dos meses”.

O sucesso do Plano Real foi imediato. A hiperinflação, que em 1994 chegava a 2.700% ao ano, foi reduzida drasticamente, alcançando níveis próximos aos padrões internacionais em apenas alguns meses.

A estabilidade monetária impulsionou o crescimento da economia, a geração de empregos e a retomada da confiança do consumidor.

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O historiador, Weber Abrahão, comentou o terror que viviam os brasileiros antes da implantação do Plano Real:

“A inflação era de outro mundo, chegou a alcançar 3.000% ao ano. A perda da capacidade de aquisição era um elemento muito perturbador.”

Historiador Weber com livros atrás
Weber Abrahão é um historiador que viveu a época do Plano Real – Crédito: TV Paranaíba

Um dos ‘pais’ do Plano Real

Em uma entrevista ao programa Política Cruzada com o jornalista Danilo Caixeta em 2019, Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central do Brasil e um dos principais arquitetos do Plano Real, destacou que o diferencial do plano foi a abordagem direta e realista diante da crise econômica:

“Enquanto outros planos buscaram tratamentos paliativos e ilusórios, o Plano Real adotou uma estratégia baseada na estabilidade monetária e no enfrentamento direto das causas estruturais da inflação”, explicou Franco.

Danilo Caixeta, jornalista, e Gustavo Franco, um dos idealizadores do Plano Real
Gustavo Franco falou sobre a pré e a pós implantação do Plano Real – Crédito: Reprodução/TV Paranaíba

Gustavo Franco enfatizou que medidas como o controle rigoroso da emissão de moeda e a criação de uma nova unidade de valor, o Real, foram fundamentais para restaurar a confiança na economia brasileira.

Agora, 30 anos depois, o legado do Plano Real continua moldando a economia brasileira. Além de estabilizar os preços e promover o crescimento econômico, o Real marcou uma era de transição de uma inflação desenfreada para uma economia mais previsível e segura.

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