Acordo de R$ 132 bilhões é assinado para reparar danos da tragédia em Mariana

Após oito anos a tragédia em Mariana, novo pacto destina bilhões para compensar vítimas e recuperar danos ambientais

, em Uberlândia
25/10/2024 ÀS 16H26
- Atualizado Há 3 horas atrás

Em uma nova etapa para a reparação dos danos da tragédia em Mariana, em 2015, um acordo de R$ 132 bilhões foi oficialmente assinado nesta sexta-feira (25).

Esse valor será destinado para reparar os danos socioambientais e indenizar as vítimas.

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Presidente Lula e pessoas responsáveis durante reunião no Palácio do Planalto sobre a tragédia em Mariana
Investimento bilionário será voltado à recuperação ambiental e à indenização das vítimas ao longo de duas décadas — Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Esse compromisso financeiro foi firmado entre as empresas responsáveis pela Barragem do Fundão, Samarco, controlada pelas mineradoras Vale e BHP Billiton, e autoridades públicas brasileiras.

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Valor para reparar danos da tragédia em Mariana será aplicado nos próximos 20 anos

Dos R$ 132 bilhões acordados, R$ 100 bilhões são investimentos inéditos que as empresas deverão aplicar ao longo dos próximos 20 anos em iniciativas de reparação, prevenção e recuperação ambiental.

Os restantes R$ 32 bilhões foram destinados a compensações diretas, como indenizações individuais às vítimas e medidas de reparação adicionais.

Desde o rompimento, a Fundação Renova, criada para gerenciar as ações de reparação, já investiu cerca de R$ 38 bilhões.

Com a assinatura deste novo acordo, a Fundação será desativada, e a Samarco assumirá todas as obrigações reparatórias, comprometendo-se a continuar as ações de recuperação dos municípios atingidos e o apoio às vítimas.

O que disse o presidente Lula durante a cerimônia no Palácio do Planalto

Durante a cerimônia no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva destacou a importância de um comprometimento preventivo das empresas de mineração, afirmando que tragédias como a de Mariana poderiam ser evitadas a custos significativamente menores.

Presidente Lula durante reunião para definir acordo para reparar danos causados na tragédia em Mariana em 2015
“Tragédias como a de Mariana poderiam ser evitadas a custos muito menores”, diz Lula ao firmar acordo histórico – Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Certamente não custaria R$ 20 bilhões evitar a desgraça que aconteceu,” afirmou Lula.

Lula enfatizou que, apesar dos valores bilionários envolvidos, a reparação nunca será plena, especialmente diante das perdas humanas e culturais.

“Não estamos falando de números, estamos falando de vidas, de memórias, de coisas que as pessoas perderam e que nunca serão substituídas,” disse o presidente.

Relembre a tragédia em Mariana

O desastre de 5 de novembro de 2015, que teve proporções históricas, resultou no rompimento da barragem e despejou cerca de 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos sobre o distrito de Bento Rodrigues, destruindo casas, terras, e ceifando 19 vidas.

Cidade de Mariana após o rompimento da barragem. Na imagem, a cidade está embaixo da lama.
Samarco e autoridades definem medidas de compensação e retomada ambiental ao longo das próximas duas décadas após a tragédia em Mariana em 2015 — Crédito: Antonio Cruz/Arquivo/Agência Brasil

Três pessoas permanecem desaparecidas, e 600 ficaram desabrigadas. A lama tóxica espalhou-se por 663 quilômetros na Bacia do Rio Doce, chegando ao litoral do Espírito Santo e afetando 49 municípios ao longo de sua trajetória.

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