A revolução da genética na pecuária mineira impulsiona produtividade e lucratividade

Projeto da FAENG traz assistência técnica e genética melhoradora para transformar o rebanho de pequenos e médios produtores

08/09/2024 ÀS 08H32
- Atualizado Há 2 semanas atrás

Na paisagem da região de Água Limpa, a Fazenda Santa Luzia destaca-se não apenas pela imponência de suas terras, mas pelo papel que desempenha no projeto “Genética em Campo”, da Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais (FAENG). A iniciativa, lançada em maio deste ano, busca promover a melhoria genética dos rebanhos mineiros, oferecendo consultoria técnica e touros selecionados para aumentar a produtividade.

O técnico Luiz Benjamin, do Senar, acompanha o projeto e destaca que a substituição de touros reprodutores é fundamental para o crescimento do setor. “Identificamos gargalos na substituição do touro reprodutor. O projeto visa exatamente isso: trocar por um touro melhorador, agregar genética ao rebanho e, assim, aumentar a produtividade e o valor agregado na comercialização”, afirma Luiz.

Programa genética em campo
Foto: Reprodução TV Paranaíba

Minas Gerais, que possui o quarto maior rebanho bovino do Brasil, sofreu com a queda nos preços devido a fatores climáticos em 2023. Porém, a expectativa com o projeto é que essa realidade mude a partir de 2024. A iniciativa já conta com mais de 70 técnicos cadastrados, que realizam diagnósticos detalhados das propriedades, orientando os produtores sobre gestão, nutrição e a compra de animais melhorados geneticamente.

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Consultoria e acesso à genética de qualidade

O projeto “Genética em Campo” também oferece facilidades que vão além da orientação técnica. Wagner Oliveira, empresário e parceiro da FAENG, enfatiza a importância do acesso à genética melhoradora e do crédito facilitado para os produtores. “O objetivo é retomar o crescimento e a aceleração da lucratividade produtiva. A genética, embora demore a mostrar resultados, pode trazer um incremento significativo na produtividade em cerca de dois anos”, explica Wagner.

Esse impacto já começa a ser observado na Fazenda Santa Luzia, onde o pecuarista Marco André aderiu ao projeto e adquiriu um touro da raça Nelore para melhorar o desempenho de seu rebanho. “Decidimos comprar um touro de corte com genética agregada para produzir bezerros mais valorizados e, assim, melhorar nossa renda”, afirma Marco, que aposta no projeto para transformar a produção da fazenda.

genética
O programa pretende atender 10 mil produtores em todo o estado. – Foto: Reprodução TV Paranaíba

Uma revolução para os pequenos produtores

Com foco nos pequenos pecuaristas, o programa pretende atender 10 mil produtores em todo o estado. Luiz Benjamin destaca que muitos pequenos produtores ainda não têm acesso à genética melhoradora e à consultoria adequada. “Mais de 53% das vacas do Brasil estão sendo cobertas por touros sem acréscimo genético. O pequeno produtor é o ponto focal do projeto, e estamos trazendo essa mudança para ele”, ressalta Luiz.

A FAENG, junto com mais de 400 sindicatos rurais, vem mobilizando técnicos de campo para oferecer suporte gratuito e de qualidade, facilitando o acesso a leilões e ao crédito necessário para que os produtores possam melhorar seus rebanhos sem custos adicionais.

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À medida que o touro Nelore da Fazenda Santa Luzia se ambienta, os produtores aguardam com expectativa os resultados. “Acreditamos que, em um ano ou um ano e meio, já começaremos a colher os frutos desse investimento”, diz Marco André. 

Com o apoio técnico e a genética de ponta, esse cenário pode transformar a pecuária de Minas Gerais, trazendo um futuro mais promissor para os produtores rurais do estado.

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