“Tempestade do século”: furacão Melissa toca solo na Jamaica com ventos de quase 300 km/h
Fenômeno de categoria 5 é o mais forte da história da Jamaica e ameaça metade da população do país; governo alertou população para buscar abrigo com urgência
O furacão Melissa, de categoria 5, tocou o solo na Jamaica por volta das 14h desta terça-feira (28), com ventos de até 295 km/h. Considerado a “tempestade do século”, o fenômeno atinge diretamente metade da população da ilha, provoca inundações, deslizamentos de terra e apagões, e deve seguir rumo a Cuba nas próximas horas.
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Segundo o Centro Nacional de Furacões (NHC) dos Estados Unidos, Melissa chegou à região de New Hope, no noroeste da Jamaica, provocando condições catastróficas. Antes da chegada do olho do furacão, três pessoas já haviam morrido em decorrência de tempestades associadas à aproximação do sistema. “Esta é uma situação extremamente perigosa e com risco de vida. Proteja-se agora”, alertou o NHC em comunicado urgente.
A Cruz Vermelha Internacional estima que 1,5 milhão de jamaicano, cerca da metade da população, devem ser diretamente impactados. O primeiro-ministro Andrew Holness declarou que o país enfrenta “um desafio sem precedentes” e determinou evacuações obrigatórias em áreas de risco, incluindo a capital Kingston. Mais de 900 abrigos foram abertos para receber desabrigados.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) classificou o Melissa como “extremamente perigoso” e alertou para marés de tempestade de até 4 metros e rajadas superiores a 300 km/h. Segundo Anne-Claire Fontan, especialista da OMM, “para a Jamaica, será com certeza a tempestade do século”.
Os efeitos devastadores começaram antes mesmo da chegada do olho do furacão. Há registros de quedas de árvores, deslizamentos e falhas elétricas generalizadas. O ministro da Saúde, Christopher Tufton, informou que pacientes foram transferidos de hospitais próximos ao litoral por risco de alagamento.
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Autoridades locais afirmam que “muitos moradores optaram por se abrigar em casa”, apesar das ordens de evacuação. “A incerteza é assustadora. Há medo de perder tudo”, relatou Colin Bogle, assessor da organização humanitária Mercy Corps.
O governo cubano também iniciou a evacuação de mais de 600 mil pessoas nas províncias de Granma, Santiago de Cuba, Guantánamo e Holguín, onde o Melissa deve tocar o solo ainda nesta noite. Meteorologistas alertam que a tempestade pode provocar chuvas de até 50 centímetros e elevação perigosa do nível do mar.
Com ventos mais intensos que os registrados no furacão Gilbert (1988), o Melissa já é considerado o mais forte da história jamaicana e o mais poderoso do planeta em 2025. Autoridades internacionais classificam o evento como um marco climático extremo que pode alterar a geografia costeira da região.